São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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Partidos reduzem candidatos a governo

Em prol de alianças pela disputa à Presidência, legendas lançam 25% menos candidatos nas disputas estaduais

PT é retrato do quadro, com oito candidaturas a menos que em 2006; PMDB exigiu apoio local para ficar com Dilma

FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO

Com a imposição de alianças que visam a eleição presidencial, os principais partidos do país lançaram neste ano um número muito inferior de candidatos aos governos dos Estados.
As quatro siglas de maior expressão do país (PT, PSDB, PMDB e DEM) lançaram há quatro anos, ao todo, 58 candidatos a governador. Agora, foram apenas 43 -uma queda de 25%. Todas reduziram o número de candidatos.
O caso mais exemplar é o do PT, que, ao optar pelo apoio ao PMDB em locais como MG e RJ, tem candidatura própria em oito Estados a menos do que em 2006 (queda de 18 para 10).
A aliança na disputa regional foi exigida pelos peemedebistas como condição para integrar a coligação de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. O deputado Michel Temer (PMDB) é o vice na chapa.
O DEM, que ficou com a vice na candidatura a presidente do tucano José Serra, concorre em apenas quatro Estados, ante sete em 2006, quando ainda se chamava PFL. Com a queda de José Roberto Arruda no DF, o partido não tem mais governadores.
No Amazonas, nenhum dos quatro grandes partidos terá candidato ao governo -os concorrentes com mais chances são de PR e PMN.
Em 2006, em todos os Estados pelo menos uma das principais siglas lançou candidatura própria.
Enquanto isso, o PSOL só não vai ter candidatos em três Estados em 2010.

GREVE DE FOME
Os acordos determinando alianças nos Estados geraram protestos pelo país. O mais veemente foi o do deputado petista Domingos Dutra, que fez, em junho, greve de fome contra o apoio do partido a Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão.
Em Minas, a direção nacional do PT forçou a coligação com Hélio Costa (PMDB), alijando petistas de peso, como Patrus Ananias, ex-ministro.
Também houve resistência dentro do próprio PMDB. Em Santa Catarina, a direção nacional queria o apoio à petista Ideli Salvatti. O diretório estadual insistiu em candidatura própria até decidir pelo apoio ao DEM.
Também colabora para a tendência o temor de, ao criar chapa própria, prejudicar a eleição de deputados.
Para o DEM, a redução das candidaturas não ocorreu por causa da eleição presidencial. O tesoureiro do partido, Saulo Queiroz, diz que a sigla não concorre com "figurantes" e que só lançou candidatos nos Estados em que tem perspectiva de vitória.
O secretário-geral do PMDB, Mauro Lopes (MG), afirma que a sigla abriu mão de alguns Estados pela vice na chapa de Dilma.
Essa redução do número de cabeças de chapa reflete também o fim da verticalização das coligações, adotada pelo TSE em 2002 e 2006.


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