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Partidos reduzem candidatos a governo
Em prol de alianças pela disputa à Presidência, legendas lançam 25% menos candidatos nas disputas estaduais
PT é retrato do quadro, com oito candidaturas a menos que em 2006; PMDB exigiu apoio local para ficar com Dilma
FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO
Com a imposição de alianças que visam a eleição presidencial, os principais partidos do país lançaram neste
ano um número muito inferior de candidatos aos governos dos Estados.
As quatro siglas de maior
expressão do país (PT, PSDB,
PMDB e DEM) lançaram há
quatro anos, ao todo, 58 candidatos a governador. Agora,
foram apenas 43 -uma queda de 25%. Todas reduziram
o número de candidatos.
O caso mais exemplar é o
do PT, que, ao optar pelo
apoio ao PMDB em locais como MG e RJ, tem candidatura
própria em oito Estados a
menos do que em 2006 (queda de 18 para 10).
A aliança na disputa regional foi exigida pelos peemedebistas como condição para
integrar a coligação de Dilma
Rousseff (PT) à Presidência.
O deputado Michel Temer
(PMDB) é o vice na chapa.
O DEM, que ficou com a vice na candidatura a presidente do tucano José Serra,
concorre em apenas quatro
Estados, ante sete em 2006,
quando ainda se chamava
PFL. Com a queda de José Roberto Arruda no DF, o partido
não tem mais governadores.
No Amazonas, nenhum
dos quatro grandes partidos
terá candidato ao governo
-os concorrentes com mais
chances são de PR e PMN.
Em 2006, em todos os Estados pelo menos uma das
principais siglas lançou candidatura própria.
Enquanto isso, o PSOL só
não vai ter candidatos em
três Estados em 2010.
GREVE DE FOME
Os acordos determinando
alianças nos Estados geraram protestos pelo país. O
mais veemente foi o do deputado petista Domingos Dutra, que fez, em junho, greve
de fome contra o apoio do
partido a Roseana Sarney
(PMDB) no Maranhão.
Em Minas, a direção nacional do PT forçou a coligação
com Hélio Costa (PMDB), alijando petistas de peso, como
Patrus Ananias, ex-ministro.
Também houve resistência dentro do próprio PMDB.
Em Santa Catarina, a direção
nacional queria o apoio à petista Ideli Salvatti. O diretório
estadual insistiu em candidatura própria até decidir pelo apoio ao DEM.
Também colabora para a
tendência o temor de, ao
criar chapa própria, prejudicar a eleição de deputados.
Para o DEM, a redução das
candidaturas não ocorreu
por causa da eleição presidencial. O tesoureiro do partido, Saulo Queiroz, diz que a
sigla não concorre com "figurantes" e que só lançou candidatos nos Estados em que
tem perspectiva de vitória.
O secretário-geral do
PMDB, Mauro Lopes (MG),
afirma que a sigla abriu mão
de alguns Estados pela vice
na chapa de Dilma.
Essa redução do número
de cabeças de chapa reflete
também o fim da verticalização das coligações, adotada
pelo TSE em 2002 e 2006.
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