São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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Grupo que capta recursos para o PSDB exclui partidos aliados

RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO

O PSDB concentrou a arrecadação de fundos para a campanha de seu candidato a presidente, José Serra, nas mãos de um pequeno grupo de colaboradores que gozam de sua confiança, e tem mantido fora desse círculo os outros partidos que o apoiam.
Os tucanos preferem restringir o acesso ao grupo para ter maior controle sobre as doações e evitar ruídos na comunicação com os empresários, como indicaram recentemente numa reunião com representantes dos seis partidos da coligação de Serra.
Há poucas semanas, um deputado do Democratas ofereceu ao comando da campanha ajuda para contatar doadores em seu Estado. Os tucanos dispensaram sua colaboração e disseram que já sabiam a quem recorrer.
A mesma mensagem tem sido transmitida aos empresários. "Eles estão fazendo tudo de forma muito profissional e centralizada", disse à Folha um empresário que teve contato com representantes do candidato tucano.
Serra indicou para presidir o comitê financeiro da campanha o ex-ministro da Justiça José Gregori, mas a estratégia de captação de recursos foi desenhada pelo ex-vice-presidente do banco Itaú Sérgio de Freitas, amigo do candidato desde os anos 80. Ele tem visitado doadores sozinho e, às vezes, com Gregori.
Serra apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma previsão de gastos de R$ 180 milhões, mas seus colaboradores têm indicado que não esperam arrecadar tudo isso. Na campanha presidencial de 2006, o PSDB declarou gastos de R$ 79 milhões.
O plano dos tucanos é conseguir boa parte do dinheiro com bancos que sempre apoiaram as campanhas do PSDB e grandes exportadores, a quem as críticas de Serra à política cambial do governo agradam bastante.
A meta da campanha é obter doações de pelo menos R$ 6 milhões dos maiores bancos, R$ 2 milhões de grandes indústrias e R$ 500 mil de empresas menores, de acordo com um empresário para quem os tucanos detalharam seus planos recentemente.
"Recebemos ofertas bastante promissoras e as contribuições já começaram a entrar na nossa conta", afirmou Gregori. Segundo ele, existem atualmente apenas sete pessoas trabalhando na captação de recursos para Serra.


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