Site do petista ignora derrota em 2006, quando teve campanha abalada por escândalo dos "aloprados"

Alckmin também não cita em perfil publicado em seu site a derrota na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2008

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Apesar do discurso de que o candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, não "tem o que esconder" sobre o episódio que ficou conhecido como " escândalo dos aloprados", a biografia publicada no site do petista omite a primeira candidatura dele ao Palácio dos Bandeirantes, em 2006.
Em entrevista à Folha, o coordenador de marketing da campanha do senador, Augusto Fonseca, disse que Mercadante não fugirá do assunto. "Se tiver oportunidade, tem que falar. Ele não teve nada a ver com aquilo, e isso ficou claro. Quanto mais puder explicar, melhor", afirmou o marqueteiro.
A biografia publicada no site oficial da campanha, no entanto, narra a trajetória do petista desde o ano de 1989, diz que em 2002 ele foi eleito o senador mais votado da história, e salta para o ano de 2008, quando Mercadante foi escolhido presidente do Parlasul (Representação Brasileira no parlamento do Mercosul).
Em 2006, Mercadante disputou pela primeira vez o governo do Estado, e recebeu 31,6% dos votos.
Ele teve a campanha chamuscada quando militantes do PT foram pegos com R$ 1,7 milhão em dinheiro. A quantia seria usada para a compra de um dossiê contra o então candidato ao governo e principal adversário de Mercadante, José Serra (PSDB).
O adversário tucano do petista nessas eleições, Geraldo Alckmin (PSDB), também omite trecho de sua trajetória no perfil publicado em seu site de campanha. O texto ignora a derrota dele na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2008.

PROGRAMA
De acordo com Augusto Fonseca, o presidente Lula confirmou participação nas gravações do programa eleitoral de Mercadante.
A presença dele e de Dilma Rousseff (PT), candidata à Presidência, são pontos cruciais na estratégia da campanha do petista.
O discurso de Mercadante venderá a ideia de que iniciativas bem sucedidas do governo Lula serão repetidas pelo petista, se eleito. Para isso, serão apresentadas propostas de parcerias com programas do governo federal nas área de habitação, saúde e infraestrutura.
O tom de crítica à gestão tucana, que tem dominado os discursos nas ruas do Estado, não será deixado de lado na televisão e no rádio.
"Vamos apontar soluções e para isso teremos que mostrar o problemas. Mas nada agressivo, nada pessoal", afirmou o marqueteiro de Mercadante.


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