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Prefeito de Macapá controla ônibus na cidade, afirma PF
Viação em nome de laranjas ganhou linhas sem licitação, diz relatório
Prefeito de Macapá
diz que o processo de licitação das linhas foi transparente e nega que existam irregularidades
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
Uma empresa em nome de
laranjas ganhou da Prefeitura de Macapá, sem licitação,
o direito de operar linhas de
ônibus. Segundo a PF, a empresa seria de fato do prefeito
de Macapá, Roberto Goes
(PDT), e do deputado estadual Edinho Duarte (PP).
Quem negociou para que a
empresa assumisse o transporte da cidade foi o ex-secretário da Casa Civil do prefeito, Paulo Melen, que, segundo a Polícia Federal, seria responsável por fazer o
pagamento de um "mensalão" ao presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás (PSDB), atual candidato a governador do estado.
As informações estão no
relatório da Polícia Federal
da Operação Mãos Limpas.
O prefeito da cidade disse
que prestou depoimento como testemunha no caso. Afirmou ainda que o processo de
licitação das linhas de ônibus foi transparente e acompanhado pelo Ministério Público e nega irregularidades.
A Folha fez contato com os
assessores de Amanajás, que
não retornou. Deixou recados no escritório de Melen,
mas até a conclusão desta
edição ele não retornou. E
encaminhou e-mail para o
deputado Edinho, após várias tentativas de contato.
O prefeito de Macapá e os
dois deputados prestaram
depoimento no dia da operação. O Ministério Público Federal e o ministro relator do
Superior Tribunal de Justiça
entenderam que eles não poderiam ser presos porque os
fortes indícios de crimes
apontados pela PF não eram
da alçada da Justiça Federal.
A empresa de ônibus é a
Expresso Marco Zero. De
acordo com a PF, foi feita
uma campanha para desestruturar o sistema de transportes da cidade e justificar a
retirada das concessões em
andamento e dar uma nova
concessão a esta empresa.
Oficialmente, a companhia está em nome de duas
pessoas: um parente e um
funcionário de dois grandes
empresários da cidade, que
teriam relações com o prefeito e o deputado Edinho.
Quem operou a formação
da empresa e a concessão
dos transportes foi Paulo Melen. De acordo com o relatório, até 2008 ele era assessor
do presidente da Assembleia, Jorge Amanajás. Segundo a PF, Melen tem movimentação financeira incompatível com os rendimentos.
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