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Na terra do fumo, tucano tenta amenizar fama de antitabagista
Aliados distribuem carta em que Serra promete apoio a lavoura
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
Conhecido nacionalmente
pelas restrições ao cigarro
que patrocinou quando ministro da Saúde e governador
de São Paulo, José Serra
(PSDB) tenta amenizar a fama de antitabagista para ganhar o voto de agricultores
do Rio Grande do Sul, maior
produtor brasileiro de fumo.
Aliados do tucano estão fazendo circular uma carta em
que o candidato promete assistência técnica e crédito para as lavouras de tabaco.
No Estado, responsável
por cerca de metade da produção nacional, Dilma Rousseff (PT) venceu o primeiro
turno por 47% dos votos válidos, contra 41% de Serra.
A vantagem da petista foi
mais ampla nas regiões gaúchas que mais dependem
economicamente do fumo.
Dilma superou Serra nas
dez cidades que lideram a
produção no Rio Grande do
Sul e, em oito deles, com percentuais entre 56% e 81%.
Em Venâncio Aires, campeã
nacional da cultura, ela bateu o tucano por 67% a 23%.
Trata-se de uma inversão
do resultado de 2006, quando o tucano Geraldo Alckmin
prevaleceu sobre Lula em 9
dos 10 principais municípios
fumageiros gaúchos.
A carta é um antídoto contra boatos de que Serra, se
eleito, trabalharia para extinguir a produção de fumo.
"Minha luta contra os malefícios do cigarro são notórias, desde quando comandava o Ministério da Saúde.
Jamais, porém, combati nem
denegri o agricultor que luta,
através da produção de fumo, para garantir o sustento
de sua família", diz Serra em
trecho do documento.
"Em algumas cidades, a
Dilma teve mais de 80% dos
votos. Por isso pedimos que a
carta fosse redigida", afirma
o deputado ruralista Luís
Carlos Heinze (PP-RS).
O Brasil é o segundo maior
produtor e o principal exportador mundial de fumo. O Sul
concentra 90% da atividade.
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