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Jornalista depõe à PF sobre quebra de sigilo de tucanos
Pivô do escândalo, Amaury Ribeiro Jr. terá de dar explicações sobre dossiê
Em outro depoimento, repórter não esclareceu se recebeu orientação para iniciar investigação de nome ligado ao PSDB
DE BRASÍLIA
O jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao "grupo de inteligência" na fase da pré-campanha de Dilma Rousseff, prestará mais um depoimento à Polícia Federal hoje.
A PF investiga quem ordenou e pagou pela quebra ilegal do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e familiares do
candidato José Serra (PSDB).
Ribeiro Jr. admite ter pedido dados dessas pessoas,
mas nega ter solicitado acesso a documentos sigilosos.
Todos os alvos do jornalista tiveram seus dados violados em duas agências da Receita Federal em São Paulo.
O despachante Dirceu Rodrigues Garcia declarou à polícia que o jornalista o contratou para obter informações
fiscais sigilosas de familiares
e aliados de Serra. Essas informações foram parar num
dossiê que circulou na pré-campanha petista.
Garcia afirma ter recebido
de Ribeiro Jr. R$ 12 mil em dinheiro em outubro de 2009.
No mês passado, alega ter recebido mais R$ 5.000.
No último depoimento que
concedeu à PF, o jornalista
não esclareceu se recebeu ou
não orientação para investigar tucanos. Ele apenas afirmou que iniciou a apuração
porque soube que uma equipe liderada pelo deputado
Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra, estaria reunindo munição contra o ex-governador Aécio Neves.
Nessa época, Aécio e Serra
disputavam a indicação do
partido para concorrer à Presidência da República.
VAZAMENTO
No último depoimento, Ribeiro Jr. atribuiu a uma ala do
PT o vazamento do dados
que coletou. Segundo ele,
um setor do partido disputava o controle de contratos da
área de comunicação.
O PT nega que a ordem para encomendar a quebra de
sigilo tenha sido dada pela
campanha, assim como refuta ter operado qualquer dossiê para atacar o adversário.
Embora o jornalista tenha
negado que trabalhou para a
campanha petista, ele participou de ao menos uma reunião da "equipe de inteligência" em 20 de abril deste ano,
num restaurante de Brasília.
MESMA AGÊNCIA
Ele é amigo de Luiz Lanzetta, dono de uma empresa
contratada na ocasião para
administrar contratos de comunicação para a campanha
de Dilma Rousseff.
A Lanza Comunicação tem
conta na mesma agência
bancária, em Brasília, onde
foram feitos os depósitos no
mês passado em nome do
despachante Dirceu Garcia.
Agora, a PF quer identificar a origem do dinheiro pago ao despachante .
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