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Promotor pede prisão de Tiririca à Justiça
Humorista é acusado de falsidade ideológica
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
O promotor Maurício Lopes pediu à Justiça que o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP),
o Tiririca, seja condenado a
cinco anos de prisão. Essa é a
pena máxima para o crime de
falsidade ideológica, do qual
o humorista é acusado.
Ontem, Lopes apresentou
suas alegações finais na ação
contra Tiririca em curso na 1ª
Zona Eleitoral de São Paulo.
Segundo o promotor, Tiririca entregou à Justiça Eleitoral declarações falsas sobre
sua alfabetização e a propriedade de bens. A lei prevê que
a punição no caso pode ir de
um a cinco anos de prisão.
"Pedi a condenação na pena máxima tendo em vista a
repercussão social do crime e
a natureza da falsificação,
que foi feita para produzir
uma fraude eleitoral de rumorosa consequência jurídica e social", afirmou Lopes.
A atuação do promotor no
caso já levou a Corregedoria
do Ministério Público a abrir
uma investigação para apurar eventuais excessos dele
na busca por uma condenação do humorista.
Lopes também apresentou
à Justiça um parecer de uma
fonoaudióloga do Instituto
de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo que
acompanhou a audiência na
qual Tiririca foi submetido a
um teste de ditado e leitura.
Ela apontou que o humorista apresentou sérias dificuldades no teste e pode ser
classificado como analfabeto
funcional. "O leitor que lê
apenas decifrando letras e
não interpretando o que foi
lido ou que escreve apenas
reproduzindo palavras copiadas ou ditadas é o que
chamamos de analfabeto
funcional", afirma o parecer.
A defesa do humorista diz
que ele possui a alfabetização exigida pela lei.
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