DE SÃO PAULO

O vice-presidente José Alencar voltou a apresentar, na madrugada de quinta para sexta-feira, "sangramento intestinal, em moderada quantidade", mas mantinha-se "clinicamente estável", segundo boletim médico divulgado na tarde de ontem.
Até a conclusão desta edição, ele permanecia internado na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O boletim informa ainda que o paciente recebe suporte clínico e transfusões de sangue. Os médicos informaram também que estava programada hemodiálise.
O vice-presidente foi internado no hospital na quarta-feira, com quadro de hemorragia digestiva grave, seis dias após ter recebido alta.
Depois de quase três horas de cirurgia, os médicos desistiram de retirar o tumor que provocava a hemorragia -a equipe não conseguiu alcançá-lo devido a aderências muito intensas no abdome -consequência de outro procedimento na mesma região realizado há um mês.

"MOMENTO MAIS DIFÍCIL"
Após a cirurgia, Raul Cutait, médico do vice, disse que esse é o "momento mais difícil pelo qual ele está passando". Na quarta-feira, Alencar recebeu também transfusões de sangue.
Anteontem, com a melhora no quadro de hemorragia após a cirurgia, recebeu a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente eleita, Dilma Rousseff, de seu filho Josué e do ex-ministro José Graziano da Silva.
Para eles, segundo a assessoria da Presidência, Alencar afirmou que espera estar na posse de Dilma e que torce para que os médicos o liberem para "tomar um golinho". A presidente eleita respondeu que o espera lá.
Alencar aproveitou para elogiar as escolhas de Guido Mantega para a Fazenda e de Alexandre Tombini para o Banco Central no novo governo e encerrou a conversa dizendo que ainda vai dançar um xaxado.
Lula contou ao vice que veio a São Paulo para o Natal dos catadores e lamentou a ausência de Alencar em Brasília. "Foi uma pena você não ter estado ontem em Brasília para a sanção da partilha do pré-sal", disse.
O vice, os médicos e as visitas se reuniram por cerca de 15 minutos.

DOENÇA
José Alencar combate um câncer na região do abdome há mais de dez anos. Durante esse período, já passou por 17 cirurgias.
No dia 27 de novembro, foi operado para realizar uma desobstrução no intestino.
O procedimento durou cerca de cinco horas e resultou na extração de dois nódulos e 20 centímetros de seu intestino delgado. No final da cirurgia, ele chegou a sofrer uma arritmia cardíaca, que foi revertida.


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