São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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ANÁLISE

Aniversário de São Paulo marca ida de Kassab para base do governo

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

A celebração do aniversário de São Paulo foi um rito de passagem do prefeito Gilberto Kassab, ainda no DEM, para a base do governo da petista Dilma Rousseff.
No ano em que pretende se filiar ao PMDB, Kassab dedicou a José Alencar, vice do ex-presidente Lula, medalha comemorativa da cidade.
Outro homenageado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso viajou.
Num agonizante ato de protesto, o tucanato boicotou a solenidade -apelidada de "festa petista"- e optou por outros eventos do dia.
Padrinho político de Kassab, o ex-governador José Serra (PSDB) também não foi. Participou de outras atividades oficiais. Mas, apesar de convidado, driblou um primeiro encontro com Dilma no pós-eleição.
Ao lado de Dilma, Lula, Alencar e do vice-presidente Michel Temer (PMDB), um encabulado Geraldo Alckmin (PSDB) era o único nome da oposição na cerimônia.
Descontraído e atento à movimentação dos fotógrafos, Kassab cochichou ao ouvido de Lula.
Em extinção na equipe de Kassab, tucanos também desapareceram na plateia, composta por petistas, peemedebistas e integrantes da cúpula do PC do B.
Outro sinal de mudanças: foi a primeira aparição oficial dos últimos oito anos sem discurso de Lula.
Após a cerimônia, o presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo, disse que não há constrangimento na adesão do partido ao governo Kassab. Além do PC do B, o prefeito ofereceu espaço ao PDT, PR, PV e PSB.
"Não é porque o cara nasceu feio que continuará feio. O PC do B não é estático. Acredita no processo e há uma convergência de Kassab com a base de governo Dilma", justificou Rabelo.
Ao final da cerimônia, o secretário municipal dos Direitos Humanos -um dos remanescentes do PSDB na prefeitura- foi detido no acesso aos elevadores reservados a autoridades.
A cena ilustra quem sobe e quem desce na Prefeitura de São Paulo.


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