São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

Autocratas na mira

Culminando os protestos contra autocratas pró-americanos no Iêmen, na Jordânia e até na Arábia Saudita, esta com ativistas queimando os próprios corpos, todos com cobertura restrita às agências, a violência tomou ontem o Egito -e chegou, afinal, às manchetes ocidentais. O site do britânico "Guardian" entrou logo cedo "ao vivo" e a BBC World transmitiu do Cairo, mas o "New York Times", a CNN e outros americanos resistiram até a noite.
Do canal Al Jazeera à revista "The New Yorker", análises vinham alertando para o risco de se repetir em outras ditaduras árabes a revolta na Tunísia, que levou à fuga de seu presidente para a Arábia Saudita. Os avisos citavam a opressão de décadas conjugada à "deterioração econômica" pós-crise.

"FACEBOOK REVOLUTION"?
foreignaffairs.com
Na capa, na virada do ano, "O poder político da mídia social", dizendo como "a tecnologia de comunicação vai ajudar a promover a liberdade"
A reação nos EUA à queda do ditador pró-americano na Tunísia foi creditar a revolta às redes sociais privadas dos próprios EUA. Foi o que fizeram Al Gore durante a Campus Party, no "Globo", e o conselheiro do Departamento de Estado Alec Ross, na Folha. Ontem no "NYT", um colunista proclamou a "Revolução Facebook" na Tunísia.
Todos ecoam a capa da "Foreign Affairs" de janeiro/fevereiro, destacando Clay Shirky, da New York University, para quem que "as ferramentas de mídia social tornam possível para os manifestantes questionarem seus governos". O próprio site da revista já tratou de destacar um outro lado, afirmando que "não há evidência" para a tese.

FÉ NO GOVERNO (E NO CAPITAL)
ft.com
No gráfico destacado ontem pelo "FT", intitulado "O Ocidente perde a fé", a confiança nos bancos cresceu em três anos na China, na Índia e no Brasil, mas caiu nos EUA, na Alemanha e no Reino Unido
">"Economist" e "Financial Times" deram que, às vésperas do Fórum de Davos, a consultoria Edelman divulgou novo Barômetro da Confiança, sua pesquisa com "5.000 indivíduos educados, ricos e bem-informados de 23 países".
Nos destaques, a confiança dos americanos nas empresas privadas caiu "fortemente" em um ano, de 54% para 46%. Caiu também a confiança no governo, de 46% para 40%.
Por outro lado, a revista aponta "níveis marcadamente altos de confiança nos governos no Brasil, 85% neste ano contra 39% em 2010, e na China, 88% contra 74%". E no Brasil a confiança nas empresas privadas aumentou para 81%, contra 62% em 2010.

LONDRES EM CHOQUE
Em meio à revolta no Egito e às indicações do Oscar para "O Discurso do Rei", todo o alto da home do londrino "FT" foi ontem para o "choque" do encolhimento de 0,5% da economia do Reino Unido, no último trimestre de 2011. Usando a mesma expressão, "choque", foi destaque também de "Economist", "Guardian", "Telegraph" e outros britânicos. E as análises já especulam com "estagflação", estagnação com inflação, e "forte risco de segundo mergulho recessivo".

A NOVA DANÇA
ft.com
Na capa, Gideon Rachman aponta a relação China-EUA como "um microcosmo da nova relação entre potências desenvolvidas e emergentes"
Já postado ontem no site, em PDF, o "Financial Times" publica hoje 12 páginas sobre "O Mundo 2011", com textos de seus principais analistas sobre "a nova dança entre Oriente e Ocidente" e publicidade de empresas de energia e finanças. Na contracapa inteira, uma foto do Pão de Açúcar em anúncio do Bank of America, prometendo "insight de mercado".
No segundo texto de maior destaque, com foto de Guido Mantega, Alan Beattie faz um resumo sobre os meses de "guerra cambial" e avalia que ela "ainda é mais uma possibilidade do que uma realidade, até o momento".
No texto sobre América Latina, focado no Brasil, John Paul Rathbone escreve que a região "precisa aprender a gerenciar seu êxito", que trouxe problemas como a entrada de capital.

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


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