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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Serra intensifica ataques a Dilma, que faz promessas
Tucano critica falta de debate, e petista promete país de "classe média"
Última a falar, Marina afirma que manterá as bases da atual política econômica, mas critica gestão do Banco Central
Sergio Lima/Folhapress
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A pré-candidata petista Dilma Roussef ao lado de monitor com imagem do tucano José Serra
DE BRASÍLIA
No primeiro encontro com
Dilma Rousseff desde que o
Datafolha apontou empate
entre ambos, o tucano José
Serra intensificou ontem os
ataques ao governo e à adversária petista.
A guinada de estratégia teve como palco a sabatina
promovida pelos pesos-pesados da indústria nacional
com os três principais pré-candidatos à Presidência.
No encontro, Dilma fugiu
do confronto aberto e esboçou novas promessas, como
a de 100% da população brasileira tenha renda de classe
média (leia análise das propostas na página A8).
A uma plateia de cerca de
600 empresários, Serra, Dilma e Marina Silva (PV) falaram separadamente por cerca de uma hora cada um. O
evento começou às 9h30 e
durou mais de cinco horas.
Como base da sabatina, a
CNI (Confederação Nacional
da Indústria) havia elaborado documento de 227 páginas em que pedia redução da
carga tributária e flexibilização da legislação trabalhista,
entre outros pontos.
A petista foi a primeira a
falar. Listou realizações do
governo federal, repetiu promessas e adicionou outras ao
repertório, como a de "elevar
o piso da renda no Brasil à
renda da classe média".
"Nosso objetivo é que o
Brasil seja, no mínimo, de
classe média. E que a gente
chegue a essa combinação
de 100% [da população] se
somar classe A, B e C."
A petista também defendeu a necessidade de professores do ensino básico terem
formação universitária.
Na entrevista coletiva, Dilma disse ainda possuir um
"grande ativo" com a população. "Eu fiz, eu sei fazer. Eu
não só prometo."
Em queda nas pesquisas
de intenção de voto, Serra reclamou da falta de embate direto entre os pré-candidatos
e criticou a adversária.
"Não entendi a explicação
de Dilma quando ela defende
política cambial e de juros.
Entra governo, sai governo,
continuamos com os maiores
juros do mundo", disse
-sem dizer se a crítica valia
para o governo do PSDB.
Em outro ataque ao PT,
afirmou que não há planejamento estratégico do governo na área de infraestrutura.
"Qual o problema que existe
de gestão? O loteamento político. Tudo está loteado."
SEM "VIRADA"
O tucano prometeu acabar
com a incidência do PIS/Cofins sobre saneamento.
No fim, disse aos empresários não representar "risco".
E repetiu uma frase recorrente: "Eu ajudei a erguer a mesa
da economia do Brasil. Nunca vou derrubar essa mesa".
Marina repetiu as críticas à
polarização entre PT e PSDB,
com a qual não se "mobiliza
o melhor e o maior do Brasil".
Ela disse que, se eleita, vai
manter o câmbio flutuante, o
superavit primário e a autonomia do Banco Central, mas
disse que "o país precisa
aprender a controlar a inflação com outras ferramentas
que não a alta dos juros".
(GABRIELA GUERREIRO, RANIER BRAGON e SOFIA FERNANDES)
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