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Empresários criticam câmbio valorizado e encargos
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
Os presidenciáveis foram
recebidos pelos empresários
na CNI com um rosário de
queixas, e a principal foi sobre a baixa competitividade
das empresas brasileiras no
mercado internacional.
Um dos entraves é o câmbio valorizado, que dificulta
exportações, pois os produtos brasileiros ficam mais caros que os de outros países.
O alto custo do financiamento no Brasil devido às taxas de juros elevadas e o difícil acesso das empresas aos
recursos também foram citados como obstáculos.
O peso da carga tributária,
de 34% do PIB, além dos gargalos de investimentos em
infraestrutura estão também
entre os problemas apontados pelo empresariado.
Foram pedidas ainda as reformas política, tributária,
trabalhista e previdenciária.
A Folha ouviu 14 empresários presentes depois da sabatina e 13 deles disseram
que a performance do tucano
José Serra foi melhor que a
das outras pré-candidatas.
Para um deles, os três pré-candidatos tiveram desempenho semelhante.
André Gerdau, diretor-presidente do Comitê Executivo
do Grupo Gerdau, reclamou
do câmbio. Ele disse que desde 2003 o real se valorizou
em 38% a maior alta de todas
as moedas no período.
O presidente da Embraer,
Frederico Fleury Curado, cobrou o fim dos impostos de
exportação. "Isso representa
uma real ameaça à produção
industrial. Somos a oitava
economia do mundo, e apenas o 20º exportador."
O presidente da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), Armando Monteiro
Neto, disse que, apesar de o
clima atual ser de otimismo,
ainda existem "barreiras graves" ao desenvolvimento.
"Esses gargalos precisam
ser eliminados para que o
Brasil eleve a renda per capita atual, de US$ 10 mil para
US$ 40 mil [nível dos países
mais desenvolvidos] nos próximos 30 anos", disse.
Para Humberto Barbato,
presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica), o país
vive processo de desindustrialização por conta da invasão de produtos importados,
em especial os chineses.
"O governador [Serra] foi
quem melhor avaliou as dificuldades pelas quais a indústria nacional passa hoje e
com muita clareza expôs o
seu ponto de vista. Dilma não
foi muito feliz na sua explanação sobre a política monetária que vem causando a desindustrialização do país".
Leia os bastidores da
sabatina da CNI
folha.com/101444
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