São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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Empresários criticam câmbio valorizado e encargos

LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA

Os presidenciáveis foram recebidos pelos empresários na CNI com um rosário de queixas, e a principal foi sobre a baixa competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.
Um dos entraves é o câmbio valorizado, que dificulta exportações, pois os produtos brasileiros ficam mais caros que os de outros países. O alto custo do financiamento no Brasil devido às taxas de juros elevadas e o difícil acesso das empresas aos recursos também foram citados como obstáculos.
O peso da carga tributária, de 34% do PIB, além dos gargalos de investimentos em infraestrutura estão também entre os problemas apontados pelo empresariado.
Foram pedidas ainda as reformas política, tributária, trabalhista e previdenciária. A Folha ouviu 14 empresários presentes depois da sabatina e 13 deles disseram que a performance do tucano José Serra foi melhor que a das outras pré-candidatas.
Para um deles, os três pré-candidatos tiveram desempenho semelhante. André Gerdau, diretor-presidente do Comitê Executivo do Grupo Gerdau, reclamou do câmbio. Ele disse que desde 2003 o real se valorizou em 38% a maior alta de todas as moedas no período.
O presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, cobrou o fim dos impostos de exportação. "Isso representa uma real ameaça à produção industrial. Somos a oitava economia do mundo, e apenas o 20º exportador."
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que, apesar de o clima atual ser de otimismo, ainda existem "barreiras graves" ao desenvolvimento.
"Esses gargalos precisam ser eliminados para que o Brasil eleve a renda per capita atual, de US$ 10 mil para US$ 40 mil [nível dos países mais desenvolvidos] nos próximos 30 anos", disse.
Para Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o país vive processo de desindustrialização por conta da invasão de produtos importados, em especial os chineses.
"O governador [Serra] foi quem melhor avaliou as dificuldades pelas quais a indústria nacional passa hoje e com muita clareza expôs o seu ponto de vista. Dilma não foi muito feliz na sua explanação sobre a política monetária que vem causando a desindustrialização do país".

Leia os bastidores da sabatina da CNI

folha.com/101444



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