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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
PSDB escolhe Alvaro Dias vice de Serra e abre crise
DEM não concorda e reclama de anúncio ter sido feito por Roberto Jefferson
Escolha de senador para a chapa é importante para obter apoio no Paraná e tirar palanque de Dilma no Estado
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Um dia depois de uma reunião com o candidato do
PSDB à Presidência, José Serra, o comando do partido
anunciou ontem a escolha do
senador Alvaro Dias (PR) para vice de sua chapa.
O objetivo é desmontar o
palanque de Dilma Rousseff
(PT) no Paraná, onde os petistas investem na candidatura do senador Osmar Dias
(PDT) como suporte à campanha da ex-ministra.
A opção deflagrou, porém,
uma crise com o DEM.
Além de reivindicar a vaga
de vice, o presidente do DEM,
Rodrigo Maia (RJ), ficou irritado ao saber que o presidente do PTB, Roberto Jefferson
(RJ), anunciara a escolha no
Twitter, já durante o intervalo do jogo da seleção.
"Se o Jefferson é o porta-voz do PSDB, tudo bem",
protestou Maia, numa ríspida conversa com o presidente tucano Sérgio Guerra (PE).
A reação foi tamanha que,
no fim da noite, colaboradores de Serra admitiam a hipótese de recuo. Apesar do esforço do PSDB de dar o fato
como consumado -graças
ao apoio do PTB e PPS-, Serra não se comprometeu.
Remeteu o problema ao
partido: "Estou fora do ar
desde que embarquei. Não
consegui nem telefonar para
saber", disse em Parintins.
Apesar da discussão travada com Maia, num voo do Rio
a Aracaju, o presidente do
PSDB, Sérgio Guerra, oficializou em nota a indicação.
"Alvaro é um senador de
grande coerência e capacidade. Ele ajuda a dignificar o
Parlamento brasileiro." Mas
fez uma ressalva: "Sua indicação está sendo apreciada
por líderes e presidentes dos
partidos coligados".
2 MILHÕES DE VOTOS
Na escolha de Dias está a
expectativa de atrair Osmar,
seu irmão. Fechado o acordo,
Osmar desistiria de concorrer
ao governo, disputando o Senado em apoio a Serra.
Ao longo das negociações
com o PSDB, Osmar alegava
que a indicação de Dias serviria de justificativa para esse
acordo, que, nos cálculos dos
tucanos, renderá 2 milhões
de votos de vantagem de Serra sobre Dilma.
Há insegurança quanto ao
desfecho da negociação. Osmar já ameaçou lançar sua
candidatura ao governo.
Sob a ameaça de apoio de
Osmar a Dilma, Serra convidou Guerra e o deputado Jutahy Magalhães (BA), um de
seus principais articuladores, para reunião na noite de
quinta, em São Paulo.
Na reunião, prevaleceu o
argumento de que, além de
uma boa imagem pública,
Dias era o único -entre os
nomes em análise- capaz de
garantir impacto eleitoral à
candidatura.
Serra autorizou que Guerra e Jutahy consultassem os
aliados. Após telefonemas a
democratas -como o prefeito paulistano Gilberto Kassab- e a tucanos -como Beto Richa-, Dias foi chamado
a São Paulo na manhã de ontem. Reuniu-se com tucanos
no aeroporto. Só então o
PSDB bateu o martelo.
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