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Tribunal de Contas coloca relatórios do PAC sob suspeita
TCU diz que sistemas oficiais não permitem o monitoramento completo do programa
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
O TCU (Tribunal de Contas
da União) aprovou um relatório com críticas que põe
sob suspeita as avaliações divulgadas pelo governo do
andamento das obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento).
Segundo o texto, o governo não tem como comprovar,
pelos sistemas que possui e
pelas informações disponíveis neles até o ano passado,
se o que divulga está correto.
"Como esses sistemas oficiais não permitem o monitoramento completo do programa, questiona-se, então, como são elaborados os balanços", informa o relatório.
A assessoria da Casa Civil
informou que, para ela, "o relatório TCU não afirma que o
governo não tem como comprovar informações que divulga em seus balanços".
As críticas são semelhantes às que o TCU já havia feito
quando aprovou as contas de
gestão de 2009 do presidente
Lula. Segundo o texto, o governo estava computando
como executados obras que
nem sequer foram iniciadas.
É o caso das concessões de
estradas e dos financiamentos do Fundo da Marinha
Mercante. No caso das concessões, as obras acontecerão ao longo de 25 anos. No
Fundo da Marinha Mercante
houve R$ 4,7 bilhões de empréstimos e o governo já contabiliza no PAC R$ 10 bilhões, o total contratado.
A cada quatro meses, o governo divulga balanço com o
andamento de projetos.
Mas quase 90% dos recursos do PAC não são do Orçamento da União: são de estatais, da iniciativa privada ou
das famílias (pagando financiamento habitacional).
Segundo o TCU, a parte
que não é do Orçamento deveria ser acompanhada por
um sistema informatizado
(SisPac). Mas ele não está totalmente implementado.
Além disso, foram constatados truques para melhorar
a classificação das obras.
A classificação do governo
foi posta em dúvida. Das
mais de 10 mil obras do PAC,
o TCU havia fiscalizado 72.
Em 20% delas (14) os auditores discordaram da classificação de andamento.
O governo nega que esteja
contabilizando como prontas as concessões de rodovias
e diz que o TCU concordou
com os desmembramentos.
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