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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Mais 3 ligados a Serra e FHC tiveram IR violado na Receita
Acessos foram no mesmo dia e local da quebra de sigilo de Eduardo Jorge
Foram impressos sem justificativa na agência de Mauá (SP) dados do ex-ministro Mendonça de Barros e de outros 6
LEONARDO SOUZA
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O vice-presidente do
PSDB, Eduardo Jorge Caldas
Pereira, não foi a única pessoa ligada ao partido a ter o
sigilo fiscal violado dentro da
Receita Federal.
No mesmo dia, no mesmo
lugar e de forma sequencial,
os dados de outras três pessoas próximas ao candidato
da sigla à Presidência, José
Serra, e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram acessados irregularmente em um terminal do fisco na
agência de Mauá (SP).
Entre 12h27 e 12h43 de 8
outubro de 2009 foram impressas as declarações de Imposto de Renda do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de
Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio
de Oliveira e de Gregorio Marin Preciado, casado com
uma prima de Serra.
Outras quatro pessoas tiveram o sigilo quebrado nas
mesma circunstâncias, sendo ao menos duas filiadas a
partidos políticos.
As informações foram levantadas pela Corregedoria-Geral da Receita, que abriu
investigação interna para
apurar a quebra do sigilo de
Eduardo Jorge, revelada pela
Folha em junho.
As cópias das declarações
do imposto de Eduardo Jorge
(dos exercícios de 2005 a
2009) faziam parte de um
dossiê organizado por um
"grupo de inteligência" que
atuou na pré-campanha da
candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) -que nega
todas as acusações.
De acordo com a corregedoria, as declarações de IR
do vice-presidente do PSDB
foram acessadas e impressas
juntamente com as demais.
Por meio de sua assessoria
de imprensa, a Receita informou que não iria se manifestar sobre o assunto.
Anteontem, a Justiça Federal autorizou Eduardo Jorge a ter acesso a todo o trabalho da corregedoria do fisco.
O Ministério Público Federal
e a Polícia Federal também
investigam o caso.
Todos os dados das pessoas ligadas ao PSDB foram
acessados com a senha da
analista fiscal Antonia Aparecida Neves Silva, mas a
partir do computador de
Adeildda Ferreira dos Santos, servidora do Serpro cedida à Receita.
ALVOS DO DOSSIÊ
As duas estão lotadas na
agência do fisco de Mauá.
Além de não haver motivação justificada até agora para
nenhuma das consultas, os
endereços fiscais dos quatro
tucanos estão fora da alçada
da agência de Mauá.
Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio e Preciado moram em São Paulo capital.
Eduardo Jorge, no Rio.
Os quatro eram alvos do
dossiê montado pelo grupo
que atuou na pré-campanha
de Dilma.
Uma das pilhas de papéis
do dossiê contém dados da
CPI do Banestado (2003-2004), como operações financeiras registradas entre
1997 e 2001 em nome de empresas que pertenciam ou
pertenceram a Ricardo Sérgio, ex-arrecadador informal
da campanha de Serra ao Senado em 1994.
Os documentos também
tratam de movimentações financeiras do empresário
Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima do presidenciável e sócio de Serra
até 1995 em um imóvel.
O terceiro volume dos documentos abrange negócios
da filha de Serra, Verônica. A
Folha manuseou, mas não
obteve cópia dos papéis nem
conseguiu verificar sua autenticidade. Eles tratam de
operações contábeis feitas
por empresa ligada a Verônica e seu marido.
Como a "Veja" revelou em
maio, o esquema de inteligência da pré-campanha de
Dilma foi desfeito após o vazamento da movimentação
do grupo. Antes de ser desmontada, contudo, a equipe
reuniu o dossiê contra aliados e parentes de Serra.
A Corregedoria também
identificou acessos imotivados aos dados de Amauri Jacintho Baragatti (que foi filiado ao PSDB de São Paulo
e, segundo seu assessor, hoje está no PT); do sindicalista
Gilmar José Argenta e da mulher dele, Carla Estevão de
Andrade Argenta; e de Ronaldo de Souza, empresário
morto há dois anos e ex-sócio de Ricardo Sérgio.
Gilmar é da direção do sindicato dos trabalhadores da
limpeza urbana de São Paulo, ligado à UGT (União Geral
dos Trabalhadores)-entidade que organizou evento para Serra na atual campanha.
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