DAVID MATSUMOTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Tiririca e Netinho de Paula foram os meus analisados da semana.
Claro que parte da comunicação não verbal do humorista Tiririca, candidato a deputado federal pelo PR, acontece através das roupas e aparência. Ele faz um bom trabalho em se promover como um palhaço, se essa é a ideia. Mas eu preciso dizer que não fiquei com uma boa impressão.
Ele não expressa muitas emoções quando fala, o que parece demonstrar uma falta de sinceridade. Seu sorriso social é falso e nada genuíno. Netinho, candidato ao Senado pelo PC do B, também não pareceu muito sincero.
Suas sobrancelhas e pálpebras estavam levantadas durante todo seu discurso, o que é usado normalmente para amplificar as palavras.
Mas, quando usado por muito tempo, sinto que a pessoa está tentando demais convencer o interlocutor de alguma coisa.
Seus sorrisos sociais também não foram muito sinceros. E suas expressões faciais quando ele falou sobre seus amigos viciados em crack não me convenceram de que estava de fato preocupado.
De fato, com sua postura altiva e cabeça para trás, achei que ele estava quase zombando do problema ou dos viciados.
Depois, quando comentou sobre a necessidade de escolas técnicas, seus gestos, sua voz e sua sobrancelha tensionada para baixo me deram a impressão de que estava sendo mais honesto, de que de fato estava preocupado com o problema.
Comportamentos não verbais dizem muito sobre um indivíduo, incluindo suas emoções e estado psicológico. Podem servir para ilustrar uma fala ou até mesmo servir como palavras e frases.
Quando você percebe um comportamento não verbal e avalia em relação ao que a pessoa está falando, você pode ter uma ideia da sinceridade, credibilidade e personalidade em geral. São características importantes. E deixá-las passar é deixar passar uma parte da mensagem.