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Resultado de licitação vazou há 6 meses
Folha registrou em abril, em vídeo e cartório, os vencedores de concorrência do Metrô de SP, anunciados semana passada
Empresa do governo de SP, comandado pelo PSDB, afirma que vai investigar o caso; valor de licitação é de R$ 4 bi
RICARDO FELTRIN
DE SÃO PAULO
A Folha soube seis meses
antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da
linha 5 (Lilás) do metrô.
O resultado só foi divulgado na última quinta-feira,
mas a Folha já havia registrado o nome dos ganhadores
em vídeo e em cartório nos
dias 20 e 23 de abril deste
ano, respectivamente.
A licitação foi aberta em
outubro de 2008, quando o
governador de São Paulo era
José Serra (PSDB), que deixou o cargo no início de abril
deste ano para disputar a
Presidência da República.
Em seu lugar ficou seu vice, o
tucano Alberto Goldman.
O resultado da licitação foi
antecipado pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido
o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois
do registro dos vencedores
da Folha em cartório.
O Metrô, estatal do governo paulista, afirma que vai
investigar o caso. Os consórcios também negam irregularidades ou "acertos".
O valor dos lotes de 2 a 8
passa de R$ 4 bilhões. A linha 5 do metrô irá do Largo
13 à chácara Klabin, num total de 20 km de trilhos, e será
conectada com as linhas 1
(Azul) e 2 (Verde), além do
corredor São Paulo-Diadema
da EMTU.
VÍDEO E CARTÓRIO
A Folha obteve os resultados da licitação no dia 20 de
abril, quando gravou um vídeo anunciando o nome dos
vencedores. O vídeo está sendo publicado hoje (folha.com.br/po820054).
Três dias depois, em 23 de
abril, a reportagem também
registrou no 2º Cartório de
Notas, em SP, o nome dos
consórcios que venceriam o
restante da licitação e com
qual lote cada um ficaria.
O documento em cartório
informa o nome das vencedoras dos lotes 3, 4, 5, 6, 7 e 8.
Também acabou por acertar
o nome do vencedor do lote
2, o consórcio Galvão/Serveng, cuja proposta acabaria
sendo rejeitada em 26 de
abril. A seguir, o Metrô decidiu que não só a Galvão/Serveng, mas todas as empresas
(17 consórcios) que estavam
na concorrência deveriam refazer suas propostas para todos os lotes.
A justificativa do Metrô para a medida, publicada em
seu site oficial, informava
que a rejeição se devia à necessidade de "reformulação
dos preços dentro das condições originais de licitação".
Em maio e junho as empreiteiras prepararam novas
propostas para a licitação e
as entregaram em julho.
No dia 24 de agosto, a direção do Metrô publicou no
"Diário Oficial" um novo edital anunciando o nome das
empreiteiras qualificadas a
concorrer às obras, tendo
discriminado quais poderiam concorrer a quais lotes.
Na quarta-feira passada,
dia 20, Goldman assinou, em
cerimônia oficial, a continuidade das obras da linha 5. O
nome das vencedoras foi divulgado pelo Metrô um dia
depois. Eram exatamente os
mesmos antecipados pela reportagem.
OBRA DE R$ 4 BI
Os sete lotes da linha 5-Lilás custarão ao Estado, no total, R$ 4,04 bilhões. As linhas 3 e 7 consumirão a
maior parte desse valor.
Pelo edital, apenas as chamadas "quatro grandes"
-Camargo Corrêa/Andrade
Gutierrez e Metropolitano
(Odebrecht/ OAS/Queiroz
Galvão)- estavam habilitadas a concorrer a esses dois
lotes, porque somente elas
possuem um equipamento
específico e necessário
(shield). Esses dois lotes somados consumirão um total
de R$ 2,28 bilhões.
Colaborou ROGÉRIO PAGNAN, de SP
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