São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2010

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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO

Dilma define Palocci na Casa Civil e fecha núcleo político

Gilberto Carvalho, assessor de Lula, vai para Secretaria-Geral da Presidência

Agora deve começar a fase mais crítica na formação do ministério: a negociação de cargos com os partidos aliados

DE BRASÍLIA

A presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciará na próxima semana os nomes de Antonio Palocci e Gilberto Carvalho para a Casa Civil e a Secretaria-Geral da Presidência, respectivamente.
Palocci desejava ir para a Casa Civil desde o começo, mas chegou a considerar a alternativa de assumir a Secretaria-Geral. Dilma tinha dúvidas sobre colocá-lo na pasta. Sempre disse que não queria superministros.
A presidente eleita acabou se convencendo de que Palocci era a melhor opção para gerenciar o governo.
A Casa Civil será desidratada, e já perdeu musculatura com a transferência do Minha Casa, Minha Vida e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para o Planejamento. Medidas adicionais serão tomadas para reduzir o aspecto administrativo-gerencial que a pasta teve nos últimos anos.
Após divulgar os nomes dos ministros que terão assento no Palácio do Planalto, a petista enfrentará a fase mais crítica na formação dos ministérios: negociar cargos com os dez partidos da base de apoio, além de PP e PTB.
Ela ainda precisa definir o destino de outras pastas do Planalto, como o das secretarias de Comunicação Social e Relações Institucionais. Para a primeira, não há nome certo, ao menos por ora.
No caso da segunda, a tendência é que Alexandre Padilha permaneça como o responsável pelas articulações do Executivo com o Congresso. Havia a possibilidade de que ele fosse indicado para a Saúde, mas essa hipótese estaria praticamente descartada, conforme afirmam integrantes da transição.
Dilma avalia que Padilha fez um bom trabalho no governo Lula. Sua permanência na pasta não significa, entretanto, que a Saúde siga nas mãos do PMDB. Tudo indica uma negociação complicada, já que o partido não quer perder esse território.
Dilma Rousseff oficializou anteontem sua equipe econômica: Guido Mantega (Fazenda), Alexandre Tombini (Banco Central) e Miriam Belchior (Planejamento).
De saída do Planejamento, é certo que Paulo Bernardo continuará ministro, mas seu futuro ainda não foi decidido. A hipótese mais forte nos últimos dias é que assuma as Comunicações, hoje com o PMDB. O Ministério da Previdência foi igualmente apontado como alternativa.
José Eduardo Cardozo, um dos coordenadores da transição, terá espaço na Esplanada, mas seu endereço não foi fixado. Ele pode ir para a Justiça ou assumir outro órgão com status de ministério.
Apesar dos problemas com as provas do Enem, Fernando Haddad deve continuar na Educação. Setores do PT queriam designar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) para a vaga, mas ele deve ir para outra pasta, possivelmente Ciência e Tecnologia, comandada pelo PSB.
Dilma recebeu a proposta de criar mais um ministério, o de Portos e Aeroportos, que seria ocupado por um nome do PMDB. A ideia surgiu para atender um pedido do partido do vice-presidente eleito, Michel Temer.
(NATUZA NERY, VALDO CRUZ, FERNANDO RODRIGUES, RANIER BRAGON E MÁRCIO FALCÃO)


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