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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO
Dilma define Palocci na Casa Civil e fecha núcleo político
Gilberto Carvalho, assessor de Lula, vai para Secretaria-Geral da Presidência
Agora deve começar
a fase mais crítica na
formação do ministério: a negociação de cargos com os partidos aliados
DE BRASÍLIA
A presidente eleita, Dilma
Rousseff, anunciará na próxima semana os nomes de
Antonio Palocci e Gilberto
Carvalho para a Casa Civil e a
Secretaria-Geral da Presidência, respectivamente.
Palocci desejava ir para a
Casa Civil desde o começo,
mas chegou a considerar a alternativa de assumir a Secretaria-Geral. Dilma tinha dúvidas sobre colocá-lo na pasta.
Sempre disse que não queria
superministros.
A presidente eleita acabou
se convencendo de que Palocci era a melhor opção para
gerenciar o governo.
A Casa Civil será desidratada, e já perdeu musculatura
com a transferência do Minha Casa, Minha Vida e do
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para o
Planejamento. Medidas adicionais serão tomadas para
reduzir o aspecto administrativo-gerencial que a pasta teve nos últimos anos.
Após divulgar os nomes
dos ministros que terão assento no Palácio do Planalto,
a petista enfrentará a fase
mais crítica na formação dos
ministérios: negociar cargos
com os dez partidos da base
de apoio, além de PP e PTB.
Ela ainda precisa definir o
destino de outras pastas do
Planalto, como o das secretarias de Comunicação Social e
Relações Institucionais. Para
a primeira, não há nome certo, ao menos por ora.
No caso da segunda, a tendência é que Alexandre Padilha permaneça como o responsável pelas articulações
do Executivo com o Congresso. Havia a possibilidade de
que ele fosse indicado para a
Saúde, mas essa hipótese estaria praticamente descartada, conforme afirmam integrantes da transição.
Dilma avalia que Padilha
fez um bom trabalho no governo Lula. Sua permanência na pasta não significa, entretanto, que a Saúde siga
nas mãos do PMDB. Tudo indica uma negociação complicada, já que o partido não
quer perder esse território.
Dilma Rousseff oficializou
anteontem sua equipe econômica: Guido Mantega (Fazenda), Alexandre Tombini
(Banco Central) e Miriam Belchior (Planejamento).
De saída do Planejamento,
é certo que Paulo Bernardo
continuará ministro, mas seu
futuro ainda não foi decidido. A hipótese mais forte nos
últimos dias é que assuma as
Comunicações, hoje com o
PMDB. O Ministério da Previdência foi igualmente apontado como alternativa.
José Eduardo Cardozo, um
dos coordenadores da transição, terá espaço na Esplanada, mas seu endereço não foi
fixado. Ele pode ir para a Justiça ou assumir outro órgão
com status de ministério.
Apesar dos problemas
com as provas do Enem, Fernando Haddad deve continuar na Educação. Setores
do PT queriam designar o senador Aloizio Mercadante
(PT-SP) para a vaga, mas ele
deve ir para outra pasta, possivelmente Ciência e Tecnologia, comandada pelo PSB.
Dilma recebeu a proposta
de criar mais um ministério,
o de Portos e Aeroportos, que
seria ocupado por um nome
do PMDB. A ideia surgiu para
atender um pedido do partido do vice-presidente eleito,
Michel Temer.
(NATUZA NERY, VALDO CRUZ, FERNANDO RODRIGUES,
RANIER BRAGON E MÁRCIO FALCÃO)
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