São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2010

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DEM não reagirá a debandada de Kassab

Ala que admite saída do prefeito para o PMDB avalia que embate na Justiça por mandato desgastaria mais a sigla

Entendimento jurídico é que a vice-prefeita, que também é filiada ao PMDB, herdaria cargo em batalha judicial

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

A direção do DEM decidiu não reivindicar o mandato do prefeito Gilberto Kassab, caso ele decida trocar o partido pelo PMDB.
Ala que já dá como certa a saída do prefeito avalia que um embate na Justiça Eleitoral por conta de infidelidade partidária só traria mais desgaste à legenda, já enfraquecida pelas últimas eleições.
O entendimento foi firmado após conversas com advogados do partido. Segundo juristas, mesmo que o DEM pedisse o mandato de Kassab à Justiça e ganhasse, a Prefeitura, pela norma atual, acabaria nas mãos de Alda Marco Antônio, a vice-prefeita, que é do PMDB.
"Não queremos problemas agora. Por isso, é melhor a saída de Kassab com tranquilidade interna, do que termos que enfrentar novos problemas", disse Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
"É preciso tomar cuidado e lembrar que em 2006 tínhamos 65 deputados, agora temos 56 e ano que vem teremos apenas 43", completou o deputado Felipe Maia (DEM-RN).
O discurso de que a chefia do partido não cobrará na Justiça a fatura por uma eventual mudança de Kassab para o PDMB é feito em momento oportuno.
Kassab está em franca campanha pela antecipação de eleições que poderão derrubar o atual presidente da legenda, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ganhou apoio no propósito.
Ontem, Maia foi avisado que, no próximo dia 8, haverá reunião da direção do partido para decidir a data de convenção em que a antecipação das eleições do DEM será debatida.
Kassab deflagrou negociações com o PMDB após as eleições, com o discurso de que o partido estava enfraquecido porque atuava a reboque do PSDB e de que não tinha espaço para crescer no DEM. E condicionou sua permanência na legenda à troca de comando do partido.
A articulação com peemedebistas deu força a uma corrente que defende a permanência do prefeito, para não perder seu capital político e o comando da maior prefeitura do país.
"O partido está aberto para ele, para que se faça uma renovação com a qual ele se sinta mais confortável", disse o senador Agripino Maia (DEM-RN), favorável à permanência de Kassab.


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