São Paulo, quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Arrecadação e freio no gasto inflam saldo do governo

Até março, superavit primário foi de R$ 25,9 bi

ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

O governo central (que inclui Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) conseguiu fechar o mês de março com suas contas positivas em R$ 9,1 bilhões.
O resultado, chamado superavit primário, é contabilizado antes do pagamento dos juros da dívida e foi alcançado em função do aumento da arrecadação de impostos e da redução no ritmo de gastos.
No mesmo período do ano passado, o governo havia registrado deficit de R$ 4,5 bilhões. Considerando os três primeiros meses do ano, o superavit foi de R$ 25,9 bilhões- volume 215% maior que em igual período de 2010, quando ficou em R$ 8,2 bilhões. A meta para o período era de R$ 22,9 bilhões.
Nos três primeiros meses deste ano, a arrecadação de impostos já subiu 19,5%.
O principal responsável pelo resultado de março foi o Tesouro Nacional, que contribuiu com um superavit primário de R$ 12,3 bilhões.
A Previdência Social teve deficit de R$ 3,1 bilhões e, o BC, de R$ 10,7 milhões.
O economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, acha que o resultado do trimestre não deve se sustentar.
"O primeiro trimestre é sempre um período de bons resultados, principalmente em primeiro ano de mandato. Porém, as receitas ainda não estão refletindo a desaceleração da atividade", diz.
Outro ponto que ajudou no resultado, de acordo com o economista, foi o pagamento final do IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que é feito em março.
O economista alerta que o governo precisa fazer uma política fiscal mais austera. Ou seja, gastar menos.
"Existem metas de médio prazo, não existem objetivos de longo prazo. Isso não nos faz acreditar que o governo vai manter um [superavit] primário elevado", afirma.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, acredita que, diferentemente do ano passado, quando a economia precisava de estímulos para crescer, a política fiscal será usada para evitar pressões inflacionárias.
"Agora queremos equilibrar o crescimento econômico no que achamos melhor para o Brasil. Há uma contribuição do [lado] fiscal neste período para termos um crescimento equilibrado e para que não haja pressão inflacionária", declarou, atribuindo parte do resultado ao corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos anunciado em fevereiro.


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