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Reajuste de 7,7% exigirá novos cortes, diz Mantega
Para o ministro, medida será única maneira de manter equilíbrio fiscal
Já se o presidente vetar o aumento, o governo federal terá de editar uma MP para conceder abono aos aposentados
JULIANNA SOFIA
DE BRASÍLIA
O governo precisará realizar novos cortes no Orçamento caso o presidente Lula
sancione o reajuste de 7,7%
aprovado pelo Congresso para aposentados que ganham
mais de um salário mínimo.
De acordo com o ministro
Guido Mantega (Fazenda), a
ampliação dos cortes seria a
única forma de comportar o
aumento de despesas com os
aposentados dentro da meta
de ajuste fiscal do governo.
"Não temos condição de
dar o reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso. Teríamos de fazer novos cortes,
uma nova redução de despesas para manter o equilíbrio
fiscal do país. Estamos recomendando ao presidente o
veto, mas é uma decisão dele", afirmou o ministro.
Além de Mantega, o ministro do Planejamento, Paulo
Bernardo, também já sugeriu
ao presidente o veto ao aumento de 7,7%.
Na semana passada, o governo anunciou um corte de
R$ 7,6 bilhões no Orçamento.
Além disso, reestimou algumas projeções de gastos, reduzindo-os. Com isso, a
União deixará de gastar R$
10 bilhões até o final.
Somado ao bloqueio de recursos divulgado em março,
o corte no Orçamento deste
ano já chega a R$ 31 bilhões.
Mantega confirmou ontem
que, no caso de veto ao aumento de 7,7%, o governo
precisará editar uma medida
provisória concedendo abono para os aposentados.
Ele explicou que, se for
derrubado o reajuste aprovado no Congresso, as aposentadorias automaticamente
seriam corrigidas em apenas
3,5%, o que corresponde à reposição da inflação.
O ganho real, que equivale
a 50% da variação do PIB
(Produto Interno Bruto) de
2008, seria eliminado.
ABONO
"Se o reajuste for vetado,
voltamos à correção de 3,5%.
É inevitável criar um abono
para manter o que já está sendo pago desde janeiro
[6,14%]. Mas isso está indefinido", afirmou o ministro.
Pela Constituição, é assegurado aos aposentados do
INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) o reajuste
anual dos benefícios de forma a manter o seu poder de
compra. Ou seja, correção
por um índice de inflação.
Nos últimos anos, o governo vem concedendo aumentos reais para o salário mínimo, e, assim, beneficiando as
aposentadorias equivalentes
ao piso salarial.
No ano passado, no entanto, as centrais sindicais pressionaram o Executivo a dar
aumento real também para
os benefícios acima de um
salário mínimo.
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