|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ONG critica falta de investigação sobre tortura
DE SÃO PAULO
A dificuldade de apurar
no Brasil crimes cometidos
no período militar foi alvo
de crítica do grupo de defesa de direitos humanos
Anistia Internacional.
No seu Informe 2010
-uma síntese sobre os direitos humanos em 159 países-, a entidade cita como
exemplo as contestações
feitas à proposta de se investigar abusos cometidos
na ditadura com a criação
da Comissão da Verdade.
"Mesmo essa limitada
proposta foi duramente criticada pelos militares brasileiros, com o ministro da
Defesa tentando enfraquecê-la ainda mais", diz o texto, divulgado ontem.
Proposta pelo 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em dezembro, a Comissão da Verdade
terá como objetivo "examinar e esclarecer as graves
violações de direitos humanos praticadas no período
de 1946 a 1988".
A expressão "repressão
política" foi retirada do texto porque remetia à apuração de excessos cometidos
apenas pelos agentes de Estado, o que desagradou ao
ministro Nelson Jobim e os
comandantes militares.
Segundo o pesquisador
britânico da entidade Tim
Cahill, para garantir sua liderança regional e internacional, o Brasil precisa resolver o problema dos direitos humanos no país.
Para ele, a decisão do Supremo Tribunal Federal de
não rever a Lei da Anistia é
"uma mensagem muito forte de negação da implementação de uma lei do direito
internacional fortemente
reconhecida, que proíbe a
anistia a crimes hediondos
e contra a humanidade".
Texto Anterior: Ossos ocultos em SP serão investigados Próximo Texto: Governo declara Glauber anistiado político Índice
|