São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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Segundo aliados, ação de Lula gerou constrangimento

DE BRASÍLIA

Alguns interlocutores do Palácio do Planalto reconheceram ontem que a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva constrangeu a presidente Dilma Rousseff, mas ponderaram que a interferência do antecessor na articulação política do governo foi "necessária".
Tanto que Dilma seguiu os conselhos do seu mentor.
Segundo amigos, Lula deixou claro durante sua passagem por Brasília que se sente obrigado a ajudá-la com a base política, argumentando que a presidente tem pouca experiência na área.
Ele comentou que essa tarefa cabe ao ministro Antonio Palocci (Casa Civil). No entanto, este está às voltas com sua própria crise depois de a Folha revelar que seu patrimônio foi multiplicado por 20 desde 2006.
Mesmo antes do escândalo, Palocci estava abrindo pouco sua agenda para receber aliados, o que é atribuído à sobrecarga de trabalho na gerência do governo federal.

AGENDA CHEIA
O ex-presidente desembarcou na capital na última terça-feira e foi embora ontem. No período em que esteve em Brasília, almoçou com senadores petistas, jantou com Palocci e Dilma no Palácio da Alvorada e encontrou-se com líderes governistas no Senado, na residência do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
No périplo, ouviu repetidas queixas de que existe um "vazio político" no governo. Dilma e Palocci foram os principais alvos das críticas feitas por aliados.
A Palocci o ex-presidente contou que ficou impressionado ao notar que seu ex-ministro deixou de ser um político elogiado no Congresso e passou a ser um dos mais criticados.
Aconselhou-o a dar explicações sobre sua empresa de consultoria. Coube à presidente Dilma dar declarações públicas sobre o caso.
Enquanto ela falava a jornalistas no Palácio do Planalto, assessores cochichavam, revelando incômodo com o silêncio do ministro: "Era Palocci quem deveria falar", comentou um deles.


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