São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Estreante, Skaf faz campanha de R$ 35 mi

À sombra de Ciro Gomes, plano B de Lula para SP, e criticado no partido, presidente da Fiesp se lança na política

Empresário encara sua primeira campanha com auxílio de Duda Mendonça e cerca de um minuto e meio na TV

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

Aos 54 anos, o empresário e presidente licenciado da Fiesp, Paulo Skaf, inicia hoje, na convenção do PSB paulista, a sua tentativa de passar da vida empresarial para a política, ao oficializar sua candidatura ao governo do Estado de São Paulo.
Contrariando previsões, Skaf passou, por circunstância ou mérito, pelos obstáculos que apareceram para fazê-lo desistir da postulação.
Um deles foi a tentativa encampada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) o candidato governista pelo PSB em São Paulo. Outro, o assédio do PT para que fosse o vice na chapa de Aloizio Mercadante.
Por outro lado, a busca de seu partido por alianças com outras siglas foi infrutífera: apenas o pequeníssimo PSL topou se coligar com o PSB.
O candidato terá aproximadamente 1min30s de propaganda diária em rádio e TV, que será utilizado pelo marqueteiro Duda Mendonça para tentar tirá-lo do patamar de 2% de intenções que tem nas pesquisas de voto.
Sua campanha ao governo paulista deve custar cerca de R$ 35 milhões. O valor é próximo do estimado pelos candidatos mais bem colocados. Geraldo Alckmin (PSDB) prevê gastos de R$ 50 milhões, e Aloizio Mercadante (PT), de R$ 40 milhões.
À frente da Fiesp, Skaf agiu combativamente. Vociferou contra a taxa de juros oficial e liderou o movimento pela derrubada da CPMF, chegando a entregar ao Senado, em carrinhos de supermercado, papéis com assinaturas populares que pediam a derrubada do imposto.
Do comando da entidade, viu a Fiesp ser envolvida pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia, que investiga a empreiteira Camargo Corrêa por supostos crimes de remessa ilegal de dólares, superfaturamento de obras públicas e doações ilegais para partidos políticos.

ACUSAÇÕES
Em uma das conversas interceptadas pela polícia, um dos diretores da construtora diz a outro que teria sido procurado por Skaf, que se queixava da demora do repasse de verbas da empreiteira.
Por causa do contexto, Skaf foi apresentado pela PF como suposto intermediário da empresa com os partidos, acusação que ele e a Fiesp sempre negaram.
Na eleição, sua chapa terá como candidato a senador o empresário Alexandre Serpa, que foi diretor da Fiesp. O suplente ainda não está definido. A vice ficou com Mariane Pinotti, filha do médico e político José Aristodemo Pinotti, morto em 2009.
Neossocialista como Skaf, Mariane tem pouca experiência em cargo público: ocupou a Secretaria de Saúde de Ferraz de Vasconcelos (SP).
Skaf, por sua vez, embora nunca tenha exercido mandato público, rejeita a afirmação de que não tem experiência política, por considerar que o cargo de presidente da Fiesp era muito político.
"A nossa novidade não é da inexperiência, mas da modernidade. A única novidade somos nós para governador. Todos os demais são os políticos tradicionais", diz.
O presidente licenciado da Fiesp minimiza as críticas que chegou a receber da deputada Luiza Erundina, companheira de partido, que afirmou que a origem empresarial do candidato não o identificava com o PSB. "Ela tem uma opinião ideológica sobre a minha presença. Isso é democrático", diz.


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