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Estreante, Skaf faz campanha de R$ 35 mi
À sombra de Ciro Gomes, plano B de Lula para SP, e criticado no partido, presidente da Fiesp se lança na política
Empresário encara sua primeira campanha com auxílio de Duda Mendonça e cerca de
um minuto e meio na TV
FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
Aos 54 anos, o empresário
e presidente licenciado da
Fiesp, Paulo Skaf, inicia hoje, na convenção do PSB paulista, a sua tentativa de passar da vida empresarial para
a política, ao oficializar sua
candidatura ao governo do
Estado de São Paulo.
Contrariando previsões,
Skaf passou, por circunstância ou mérito, pelos obstáculos que apareceram para fazê-lo desistir da postulação.
Um deles foi a tentativa encampada pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva de
fazer do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) o candidato
governista pelo PSB em São
Paulo. Outro, o assédio do PT
para que fosse o vice na chapa de Aloizio Mercadante.
Por outro lado, a busca de
seu partido por alianças com
outras siglas foi infrutífera:
apenas o pequeníssimo PSL
topou se coligar com o PSB.
O candidato terá aproximadamente 1min30s de propaganda diária em rádio e
TV, que será utilizado pelo
marqueteiro Duda Mendonça para tentar tirá-lo do patamar de 2% de intenções que
tem nas pesquisas de voto.
Sua campanha ao governo
paulista deve custar cerca de
R$ 35 milhões. O valor é próximo do estimado pelos candidatos mais bem colocados.
Geraldo Alckmin (PSDB) prevê gastos de R$ 50 milhões, e
Aloizio Mercadante (PT), de
R$ 40 milhões.
À frente da Fiesp, Skaf
agiu combativamente. Vociferou contra a taxa de juros
oficial e liderou o movimento
pela derrubada da CPMF,
chegando a entregar ao Senado, em carrinhos de supermercado, papéis com assinaturas populares que pediam
a derrubada do imposto.
Do comando da entidade,
viu a Fiesp ser envolvida pela
Polícia Federal na Operação
Castelo de Areia, que investiga a empreiteira Camargo
Corrêa por supostos crimes
de remessa ilegal de dólares,
superfaturamento de obras
públicas e doações ilegais
para partidos políticos.
ACUSAÇÕES
Em uma das conversas interceptadas pela polícia, um
dos diretores da construtora
diz a outro que teria sido procurado por Skaf, que se queixava da demora do repasse
de verbas da empreiteira.
Por causa do contexto,
Skaf foi apresentado pela PF
como suposto intermediário
da empresa com os partidos,
acusação que ele e a Fiesp
sempre negaram.
Na eleição, sua chapa terá
como candidato a senador o
empresário Alexandre Serpa,
que foi diretor da Fiesp. O suplente ainda não está definido. A vice ficou com Mariane
Pinotti, filha do médico e político José Aristodemo Pinotti, morto em 2009.
Neossocialista como Skaf,
Mariane tem pouca experiência em cargo público: ocupou a Secretaria de Saúde de
Ferraz de Vasconcelos (SP).
Skaf, por sua vez, embora
nunca tenha exercido mandato público, rejeita a afirmação de que não tem experiência política, por considerar que o cargo de presidente
da Fiesp era muito político.
"A nossa novidade não é
da inexperiência, mas da modernidade. A única novidade
somos nós para governador.
Todos os demais são os políticos tradicionais", diz.
O presidente licenciado da
Fiesp minimiza as críticas
que chegou a receber da deputada Luiza Erundina, companheira de partido, que afirmou que a origem empresarial do candidato não o identificava com o PSB. "Ela tem
uma opinião ideológica sobre a minha presença. Isso é
democrático", diz.
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