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ANÁLISE
Vitória de Serra ou de Dilma não significa redução da violência no campo
EDUARDO SCOLESE
EDITOR-ASSISTENTE DE PODER
José Serra (PSDB) tem razão quando sugere que o número de invasões de terra deve crescer diante de um governo de Dilma Rousseff
(PT). Mas o tucano omite um
também provável acirramento da violência no campo caso seja eleito em outubro.
Os governos de FHC (de
1995 a 2002) e de Lula, desde
2003, servem para desmistificar um pouco o papel dos governantes nessas ações e ajudam a antever o que fará o
MST a partir de 2011.
Além da injeção de recursos dos petistas e da repressão dos tucanos, há outros
fatores que influenciam a dinâmica do movimento.
Sob a gestão tucana, o
MST invadiu fazendas pelo
país afora, entrou na propriedade dos filhos do presidente, promoveu marchas a Brasília, gritou "fora, FHC" e se
projetou com o massacre de
Eldorado do Carajás, quando
19 de seus integrantes foram
assassinados pela PM do Pará em abril de 1996.
Diante desse cenário, enquanto o Lula candidato repetia ser o único capaz de
conter os sem-terra, a impressão era que o MST atingia o auge de seu fôlego no final dos anos FHC. Engano.
Com a eleição de Lula, em
2002, houve uma corrida de
sem-terra aos acampamentos, com a expectativa (não
confirmada) de uma breve e
ampla reforma agrária.
Em seis meses, o número
de famílias acampadas avançou de 60 mil para 200 mil.
Resultado: nos três primeiros anos de Lula, o número
de invasões superou em 55%
o dos três últimos de FHC.
Assim, sob Serra, é possível projetar menos invasões
-por conta do aumento da
repressão e da redução dos
repasses de recursos federais- e mais conflitos entre
sem-terra e Planalto.
Sob Dilma, o cenário provável é de mais invasões, diálogo com o Planalto e violência entre MST e fazendeiros.
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