São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2011

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Qualidade do emprego melhora com oferta maior

Dados do IBGE apontam para alta da formalização e estabilidade no trabalho

Empregados com carteira chegam a 53%, vagas temporárias estão em queda e rotatividade é cada vez mais baixa

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

A forte redução da taxa de desemprego tem sido acompanhada por melhores condições de trabalho no país.
A fatia de empregados com carteira assinada atingiu patamar recorde nos primeiros sete meses do ano. Os trabalhadores temporários nunca foram tão poucos. E os que continuam no setor informal pelo menos estão conseguindo manter o mesmo emprego por mais tempo.
A estudante Monique Pires se surpreendeu com a rapidez com que conseguiu emprego. "Terminei o ensino médio e comecei a trabalhar no dia seguinte", conta ela, contratada por um pet shop.
Os trabalhadores com carteira assinada eram 53% da população ocupada entre janeiro e julho de 2011, nível mais alto já alcançado na série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2002.
Outros indicadores confirmam a melhora no mercado. A fatia de empregados temporários, por exemplo, nunca foi tão baixa: 3,5% do total, na média do ano.
"O mercado melhorou e parte disso tem a ver com o bom desempenho da economia. Outra, com a maior institucionalização nas relações", diz o economista José Márcio Camargo, da PUC-RJ e da Opus Gestão.
A maior estabilidade estimula empresas a tomar decisões, como contratar funcionários com registro e por tempo indeterminado -pensando no longo prazo.
"Com a estabilidade e as perspectivas de grandes eventos esportivos, cresceu muito a confiança dos empresários", diz Carlos Eduardo Dias, sócio da Asap, que recruta executivos .
Além disso, a adoção de um regime tributário menos oneroso para pequenas e médias empresas e bancos de horas reduzem custos e estimulam a formalização.
Mesmo quem está no setor informal convive com melhores condições. O tempo médio de permanência de empregados sem registro no mesmo emprego bateu o recorde de 190 semanas.
As fatias de empregados sem registro em carteira e de trabalhadores por conta própria (muitos informais) são de 16,7% e 17,7% do total. O restante os ocupados são empresários, militares e funcionários públicos.
"A melhora não resulta de um boom, tem sido gradual. Nem a crise global de 2008 conseguiu derrubar o processo de maior formalização", diz Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.
Especialistas acreditam que a atual tendência de desaceleração da atividade econômica deverá levar a um aumento da taxa de desemprego -que recuou para 6% em julho. Mas apostam que isso não provocaria forte reversão nas relações trabalhistas.


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