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ANÁLISE
Petista e tucano mostram preocupação com avanço da verde
VERA MAGALHÃES
EDITORA DE PODER
O debate de ontem à noite
da Rede Record, que abriu a
última e decisiva semana da
campanha eleitoral, deixou
clara uma preocupação comum a Dilma Rousseff e a José Serra: Marina Silva.
Marina e Dilma protagonizaram os mais acalorados
momentos do debate. No
duelo direto, lembraram
mais as ministras que se desentenderam várias vezes no
governo Lula que as "comadres" que fizeram perguntas
camaradas nos debates Folha/UOL e Folha/RedeTV!.
Foi a candidata do PV que
chamou Dilma para a peleja
direta, num sinal de que sua
campanha deve ter percebido que, para haver o segundo
turno que ela tanto prega, é
preciso tirar votos de Dilma,
líder, e não de Serra.
A candidata do PT demonstrou extrema irritação
ao ser questionada pela ex-colega de ministério. A ponto
de, ao responder sobre acusações de corrupção na Casa
Civil, se defender dizendo
que também houve denúncias na pasta do Meio Ambiente, comandada por Marina. Ambas, não é preciso dizer, eram ministras do mesmo presidente: Lula.
Enquanto as duas duelavam, Serra virou uma espécie
de coadjuvante no debate.
Houve apenas um confronto
direto entre ele e Dilma.
Sorteado para fazer a primeira pergunta, Serra preferiu escolher Plínio de Arruda
Sampaio. E para falar justo
de direitos humanos. Resultado: a tentativa de atacar a
diplomacia de Lula se diluiu.
Foram Marina e Plínio,
além de jornalistas, que
questionaram Dilma sobre as
acusações de tráfico de influência na Casa Civil. Lá pelo fim do debate, Serra, talvez
percebendo que tivesse ficado de fora, se impacientou ao
não ser questionado diretamente pela petista.
Nas considerações finais,
foi a vez de o tucano expressar preocupação com Marina, ao dizer que, no dia 3, o
eleitor vai decidir "quem vai
para o segundo turno".
O saldo do programa foi
positivo para Marina, que se
colocou entre os "grandes" e,
em dobradinha com Plínio,
irritou Dilma e Serra ao colocar em xeque o legado de ambos como administradores.
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