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PT-SP infiltrou "voluntários" , diz jornalista
Amaury Ribeiro Jr. acusa "militantes ligados ao PT" de vazar informações sigilosas em abril e maio deste ano
Citado pelo repórter, Rui Falcão, coordenador de comunicação da campanha petista, não comenta declarações
DE BRASÍLIA
O jornalista Amaury Ribeiro Jr. afirmou à Polícia Federal que "o grupo do PT paulista" infiltrou dois "voluntários" para monitorar o que se
passava dentro da casa usada pela equipe de imprensa
do PT na pré-campanha da
petista Dilma Rousseff.
De acordo com o relato do
jornalista à Polícia Federal,
em depoimento anteontem,
esse grupo é liderado pelo
deputado estadual Rui Falcão, coordenador de comunicação da campanha de Dilma
à Presidência.
O jornalista disse ainda,
sem citar nomes, que foram
os dois "militantes ligados ao
PT" que teriam vazado informações sigilosas em abril e
maio deste ano.
Amaury, que atualmente
trabalha na TV Record, foi indiciado na segunda-feira sob
acusação de participar da
quebra de sigilo de pessoas
ligadas ao candidato do
PSDB à Presidência da República, José Serra.
A Folha revelou em junho
que dossiê com dados do vice-presidente do PSDB,
Eduardo Jorge, circulou na
pré-campanha de Dilma.
Amaury era ligado ao
"grupo de inteligência" montado na pré-campanha petista por Luiz Lanzetta, amigo
do jornalista.
Lanzetta se afastou da pré-campanha depois da acusação de que um novo "grupo
de aloprados" preparava
dossiês contra tucanos.
Na época, Lanzetta negou
as acusações. Admitiu apenas que buscava montar uma
equipe para identificar quem
vazava dados de dentro do
comitê petista.
Agora, em depoimento à
Polícia Federal, Amaury disse ter certeza de que "a cúpula do PT paulista era responsável" pelos vazamentos.
Ontem, Rui Falcão preferiu não comentar o novo depoimento de Amaury, alegando já ter se manifestado
sobre as declarações do jornalista. O deputado petista
negou, em declarações anteriores, as acusações de
Amaury Ribeiro Jr..
ENCONTRO EM MAIO
Na sexta, o despachante
Dirceu Garcia voltou a depor
na Polícia Federal e disse que
foi procurado por Amaury
em maio, quando saiu a primeira reportagem sobre o
"grupo de inteligência".
Dirceu foi o responsável
por entregar a Amaury, no
fim de 2009, os dados das
quebras de sigilo. Ele disse
que cobrou R$ 700 para cada
cópia, totalizando R$ 8.400.
Segundo o depoimento de
Garcia, meses depois da entrega dos dados, Amaury lhe
procurou oferecendo dinheiro. Ao dizer que precisava de
R$ 2.000, ouviu do jornalista
"que era pouco e que daria
R$ 5.000", num encontro em
São Paulo entre 2 e 4 de setembro. Amaury nega.
Amaury disse à PF que conhece o despachante, que fazia serviços para ele na Junta
Comercial de São Paulo. No
depoimento, contudo, afirmou não se recordar dos valores gastos com os levantamentos e não respondeu sobre a forma de pagamento.
O jornalista foi questionado sobre declaração de Dirceu, que afirmou ter recebido
de Amaury um pedido, em
2009, para preencher um recibo de R$ 300 pelos serviços
prestados, em nome do jornal "Correio Braziliense", do
grupo Diários Associados.
Repórter de jornal do mesmo grupo, Amaury disse que
"não se recorda de tal fato".
SEM RESPOSTAS
Amaury preferiu o silêncio
na maioria das perguntas,
principalmente quando a PF
quis saber a serviço de quem
ele investigava os tucanos e
quem pagou pelas despesas
com viagens e documentos,
em especial no período em
que os sigilos de pessoas ligadas a Serra foi quebrado.
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