São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Haddad vê acordo no PT distante e arma ofensiva para prévia

Marta acelera campanha e aliados de ministro admitem que chance de vencer por desistência se tornou remota

Pré-candidato marca ato público e tenta se blindar contra críticas de rivais após novo vazamento do Enem

BERNARDO MELLO FRANCO
VERA MAGALHÃES

DE SÃO PAULO

Aliados do ministro Fernando Haddad (Educação) perderam a fé num acordo no PT e começaram a armar uma ofensiva para disputar no voto a chapa do partido à Prefeitura de São Paulo.
Apesar da pressão do ex-presidente Lula sobre os outros quatro pré-candidatos, o grupo já admite que a chance de ungir o prefeitável sem prévias se tornou remota.
Por isso, Haddad se submeterá a um intensivo de campanha e promoverá ato para reunir até 4.000 pessoas no próximo dia 12, a duas semanas da eleição interna. O evento será na Quadra dos Bancários, palco tradicional de comícios petistas em São Paulo.
"Temos que por a tropa para cima. Precisamos nos preparar para a prévia", diz o vereador Chico Macena, um dos articuladores do ministro.
O grupo de Haddad avalia que a hipótese de desistência de sua principal adversária, a senadora Marta Suplicy, ficou mais distante. Diante das pressões para sair do páreo, ela resolveu fazer o contrário: acelerar a campanha interna.
Depois que a Folha revelou que seus aliadoss pretendiam fazer um apelo para que desistisse, na semana passada, Marta cancelou reunião com eles, passou a recolher assinaturas de apoio e a confirmar a presença em debates e entrevistas em aberto.
"Ela está dizendo que não sairá sem ser procurada. Se o Haddad optar pelo confronto, ela não fará campanha para ele, o que é ruim", alerta um cacique do PT paulistano.
Mesmo que Marta e os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini desistam, o grupo de Haddad acredita que o senador Eduardo Suplicy manterá sua inscrição, o que forçaria o PT a realizar prévias.
Ontem, o governo e aliados do ministro tentavam evitar que sua pré-candidatura seja abalada pelo novo vazamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
O MEC agiu rápido, pedindo a investigação à Polícia Federal e tentando difundir a avaliação de que o caso não é tão grave quanto o de 2009, quando a prova foi roubada.
O ministério tenta restringir o problema ao Ceará, mas a Procuradoria da República no Estado anunciou que vai à Justiça para tentar anular a prova em todo o país.
"A candidatura do ministro em São Paulo não será levada em conta", afirmou o procurador Oscar Costa Filho, que investiga o caso.


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