São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

Abaixo a dinastia

O efeito dominó, no dizer da BBC, chegou ao Iêmen. Tunísia, Egito, Iêmen: a cobertura encontrou nos três uma motivação comum para a "raiva". A começar da Tunísia, as ruas se revoltaram contra "os herdeiros dos ditadores", segundo o "Guardian", remetendo à expressão árabe para o poder dinástico, "tawrith". O "Financial Times" deu que o egípcio Gamal Mubarak e o iemenita Ahmed Saleh, filhos dos ditadores, foram os alvos do dia _e já antevê nos enunciados o "fim das dinastias do Oriente Médio". Antes, publicou na submanchete de papel que Ford e VW estão revendo suas "conexões" com a família do ditador tunisiano, sobretudo com o "genro, Sakher al-Materi".

Fethi Belaid/guardian.co.uk
Na galeria de herdeiros do "Guardian", Sakher al-Materi, da Tunísia, que tinha até tigre em casa e, com a queda do sogro, fugiu para Dubai

// OBAMA, "NYT" E O DITADOR
O Egito virou "desafio" para Obama, avisa a instituição Council on Foreign Relations, de NY.
O principal líder da oposição, Mohamed ElBaradei, chegou ao Cairo -e postou no site Daily Beast um ataque aberto à Casa Branca, que hesita em questionar o ditador Hosni Mubarak e apoiar a oposição.
Ato contínuo, o "New York Times" deu no alto da home que "os adversários tradicionais de Mubarak perderam o lugar para os milhares de jovens egípcios sem liderança". O jornal questionou declaradamente a liderança de ElBaradei e da Irmandade Muçulmana _e creditou a mobilização, em contraste, ao "uso de internet, Facebook".
No início da noite, mudou o enunciado e o próprio texto, passando a qualificar ElBaradei como "líder da oposição" e ressaltando até os atos convocados pela Irmandade Muçulmana.

// DILMA PÓS-LULA
Ouvindo analistas de UnB e PUC-SP, o UOL deu que "Visita de Obama serve para deixar para trás tensões do governo Lula".
O colunista conservador Andres Oppenheimer, do "Miami Herald", concorda que "Viagem pode levar a uma lua-de-mel dos EUA com o Brasil". E destaca palavras do assessor da Casa Branca Dan Restrepo: "Uma das razões para irmos ao Brasil tão cedo na presidência de Dilma Rousseff é que estamos vendo uma oportunidade de aprofundar a relação no nível mais alto, [pois ela] deixou bem claro que quer fortalecer a nossa ligação."

Argentina, não O anúncio da viagem de Obama ao Brasil e ao Chile, mas não à Argentina, "causou forte mal-estar no âmbito diplomático argentino", informa o "La Nación". Até "na Casa Rosada se ouviram queixas contra a administração Obama". O correspondente em Washington anotou que o país "recebeu como consolo a esperança de que Cristina Kirchner tenha uma reunião com o democrata no fim do ano, no G20".

Colômbia, não Ao excluir "o chamado melhor amigo na região", a Colômbia, a viagem de Obama causou "inquietude", informa o "El Tiempo". A Casa Branca, como consolo, disse que Obama "poderá participar da Cúpula das Américas" na Colômbia, ano que vem. Mas o jornal destaca, citando diretor do Instituto Brookings, de Washington, que "o tratado de livre comércio EUA-Colômbia segue enredado", daí Obama evitar o país.

// SINOPEC VS. EXXON
Em entrevista à TV Bloomberg no Fórum de Davos, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, enfatizou que a descoberta feita há dois dias no campo Carioca, no pré-sal, é "muito importante". As ações da espanhola Repsol YPF, hoje controlada em parte pela chinesa Sinopec, e da britânica BG, "parceiras da Petrobras no poço", subiram após o anúncio.
Por outro lado, o "Wall Street Journal" publicou a longa reportagem "Exxon sai seca de três poços no Brasil", também no pré-sal. Anota que "não é boa notícia, mas não é o fim do jogo" para a petroleira.

// O QUINTO BRIC
Em seus enunciados de Davos, a Bloomberg destaca coisas como "Equilíbrio de poder está mudando para os Brics", cujos executivos tomaram o evento dos representantes desenvolvidos. A Reuters vai além, com "Empresas dos mercados emergentes estão comprando o mundo" e se tornaram, "mais do que nunca, tema-chave no Fórum Econômico Mundial".
No "Times of India", "Brics competem uns contra os outros ao cortejar investidores" em Davos.
Neste ano, noticiam agências ocidentais e jornais sul-africanos como o "Independent", o evento apresenta também "o quinto Bric", a África do Sul _convidada para o grupo como representante das nações da Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África (SADC), que é "rica em recursos" minerais.

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@ - Nelson de Sá


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