De volta de férias, mineiro diz que foi generoso ao desistir da Presidência

Diante da negativa do ex-governador de MG, Tasso volta a ser citado como opção para vice na chapa de José Serra

Alexandre Guzanshel/"O Tempo"/Folhapress

Aécio com Itamar Franco (esq.) e Antonio Anastasia (dir.) durante evento com empresários ontem em Belo Horizonte

PAULO PEIXOTO
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE

O ex-governador de Minas Aécio Neves classificou de "piada" o fato de alguns empresários paulistas considerarem "falta de patriotismo" dele não ser vice na chapa de José Serra à Presidência.
Na primeira aparição pública depois das férias, ele reafirmou ontem que será candidato ao Senado.
"Chega a ser uma piada. Ninguém teve mais gesto de generosidade dentro do PSDB e em torno do nosso projeto do que eu", disse, referindo-se ao fato de ter desistido em dezembro de tentar a candidatura presidencial dentro do PSDB.
Aécio voltou de férias da Europa anteontem, após quase um mês de viagem. As pressões para que ele seja vice aumentaram nos últimos dias, após pesquisas eleitorais mostrarem o crescimento da petista Dilma Rousseff, que empatou com Serra.
Alguns empresários paulistas ligados a Serra apelaram para o "patriotismo", conforme relatou reportagem da Folha ontem.

ALTA ANSIEDADE
Aécio pediu calma ao PSDB e a seus aliados. Disse ontem que é preciso "conter a ansiedade" e que não abre mão das suas "convicções": disputar o Senado e trabalhar para reeleger o tucano Antonio Anastasia governador de Minas Gerais.
Segundo ele, o PSDB tem o melhor candidato a presidente e o melhor projeto e é pela vitória desse projeto que dará seu "suor e sangue".
Como Aécio deixou o governo mineiro com 73% de aprovação e Minas é o segundo colégio eleitoral do país, com 14,5 milhões de eleitores, criou-se a expectativa de ele ser vice para tentar transferir esse apoio a Serra.
Mas, com a resistência, volta à tona a defesa do nome do senador Tasso Jereissati (CE) para o posto de vice.
Em Gramado (RS), Serra disse que já sabia "há muitos meses" que não teria Aécio na sua chapa.
Ele negou que a decisão do mineiro seja uma perda para a campanha. "Você só perde o que tem. Ele não era candidato a vice."

EMPRESÁRIOS
Aécio participou ontem de almoço com empresários no Palácio da Liberdade.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), disse à Folha que a chapa Serra-Aécio é "a composição mais forte", mas que Aécio "tem o seu tempo".
Ele, porém, sinalizou que apoiará Dilma Rousseff (PT).
Presidente eleito da CNI e ex-presidente da Fiemg, federação mineira da indústria, Robson Andrade, disse que Aécio deve escolher seu destino, porque "sabe o que é o melhor para o país".


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