São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Promotoria vê atuação de empresário em desvio

Amigo de Lula não seria só um intermediário entre empresa e Prefeitura de Campinas

SILVIO NAVARRO
ROGÉRIO PAGNAN

ENVIADOS ESPECIAIS A CAMPINAS

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Documento do Ministério Público Estadual que integra relatório sobre o suposto desvio de verbas da Prefeitura de Campinas (93 km de SP) aponta que o empresário José Carlos Bumlai teria "ascendência" sobre o esquema.
Segundo a Folha apurou, os promotores que cuidam do caso iniciaram uma investigação paralela para descobrir se o amigo do ex-presidente Lula teria um papel muito além de um simples intermediário entre a Constran e a máquina pública.
"[Bumlai] teria participação ainda mais direta no esquema de corrupção, inclusive com possível ascendência sobre Rosely [Nassim, primeira-dama]", diz trecho do relatório da Promotoria.
Os promotores chegaram a pedir a prisão do empresário na semana passada, mas o juiz Nelson Augusto Bernardes pediu mais informações, que não foram apresentadas.
O empresário foi ouvido na tarde de ontem em Campinas pelo grupo de promotores do Gaeco, que investiga organizações criminosas.
Um dos advogados que acompanhavam Bumlai, Mário Sérgio Duarte Garcia negou qualquer ligação do empresário com o esquema. Repudiou qualquer interesse do empresário na delação premiada para se proteger ou proteger outra pessoa.
Nas interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça, o ex-presidente da Sanasa (empresa mista de abastecimento de água da cidade) Luís Augusto Castrillon de Aquino diz a um interlocutor que Bumlai queria fazer um acordo com a Promotoria para proteger Lula.
Os promotores dizem no documento acreditar ser o ex-presidente, dada a amizade entre ambos. Não é explicado, porém, por que o empresário poderia protegê-lo.
"É um absurdo. Não sei por que isso saiu na imprensa", disse o advogado ontem.
Também foi Aquino que, em delação premiada, disse que Bumlai era o principal contato dos agentes públicos de Campinas com a Constran, uma das empresas apontadas como integrantes de um esquema criado para desviar verba pública.

SOLTO
O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), foi solto na tarde de ontem após passar a noite preso.
Ele é uma das 20 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada na sexta-feira da semana passada. Todos os 13 que foram presos já estão em liberdade.


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