São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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Marina traça roteiro para deixar PV e criar partido

Decisão deve ser divulgada semana que vem; meta é lançar sigla para 2014

Ex-senadora planeja assembleia para dar caráter coletivo a saída; rival no PV diz que ela poderia ser vereadora


BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Depois de três meses de queda de braço com a cúpula do PV, a ex-senadora Marina Silva, terceira colocada na eleição presidencial de 2010, deve anunciar na próxima semana sua saída do partido.
Ela planeja reunir verdes e simpatizantes num movimento político baseado na internet antes de articular a criação de outra sigla para disputar o Planalto em 2014.
A ideia é divulgar a decisão no dia 6, em ato público em São Paulo ou Brasília.
Marina comunicou o roteiro anteontem à noite, em reunião com verdes no apartamento do ex-deputado Fernando Gabeira, no Rio.
Ela viaja nesta quinta-feira para encontro do PV alemão, onde buscará respaldo internacional ao novo projeto.
Na volta, terá as últimas conversas com aliados até o ato, em formato de assembleia, onde os "marineiros" devem referendar sua decisão em votação simbólica.
O script repete o segundo turno de 2010, quando ela se negou a apoiar Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) e promoveu uma plenária para dar caráter coletivo à sua opção pela neutralidade.
Marina disse a aliados que perdeu a esperança num recuo do presidente do PV, deputado José Luiz Penna (SP), com quem disputava desde março o comando do partido.
"Infelizmente, não houve qualquer indicação de que o PV aceitaria as condições mínimas para a nossa permanência", afirmou o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ).
"Marina representa um movimento maior que o PV ou qualquer sigla. Este movimento vai continuar", disse Sérgio Xavier, ex-candidato ao governo de Pernambuco.
Ao sair da reunião, a ex-senadora, que trocou o PT pelo PV em agosto de 2009, disse apenas que anunciará a decisão na próxima semana.
Os "marineiros" concluíram que não teriam tempo hábil para registrar um partido a tempo de disputar as eleições municipais de 2012. Por isso devem organizar o movimento na internet antes de iniciar a coleta de assinaturas para fundar uma sigla.
"É uma situação lamentável. No futuro, quem estudar este processo não conseguirá entender como chegamos a este ponto", desabafa Xavier.
O grupo ainda estuda como se blindar contra a possibilidade de o PV tentar reaver na Justiça os mandatos de dissidentes, como Sirkis.
Em bate-papo virtual, Penna chamou a rebelião de "blá-blá-blá da imprensa" e disse que Marina, que sonha com o Planalto, poderia ser vereadora em São Paulo.
"Se ela for candidata, puxa mais uns dois, e nós vamos chegar a seis [vereadores do PV]. Vai ser bom."


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