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Apuração do fisco é "história de carochinha", afirma Serra
Para Dilma, tudo indica que vazamento de dados sigilosos não foi político
Tucano volta a atacar o PT e diz que tentaram fazer armadilha contra ele; petista afirma que o que houve foi corrupção
HUDSON CORRÊA
DO RIO
MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR
O candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, disse
ontem que a apuração da Receita Federal sobre o vazamento de dados fiscais de
pessoas ligadas ao partido "é
uma história de carochinha,
uma maluquice total".
Na agência da Receita em
Mauá (SP) foram quebrados
ilegalmente os sigilos de pessoas ligadas ao presidenciável e a seu partido. Parte dos
dados serviram para a montagem de um dossiê e estavam em poder da equipe ligada à então pré-campanha de
Dilma Rousseff (PT).
Para Serra, houve "a utilização do poder do governo
contra indivíduos". "Foi uma
armadilha que tentaram armar contra mim. Só que eles
têm sempre um problema: eu
sou ficha limpa", afirmou, e
voltou a responsabilizar o PT
pelas quebras de sigilo.
"Em todas as eleições, o PT
costuma fazer a mesma coisa. Antes [2006] teve o dossiê
dos aloprados. Agora tem a
quebra de sigilo, todo aquele
dossiê que estavam fazendo,
comandados pelo candidato
a senador em Minas Gerais,
Fernando Pimentel [PT]."
No Rio, Serra fez uma palestra para cerca de cem pessoas no Clube de Aeronáutica e criticou uma suposta estratégia do PT de espalhar
boatos contra ele.
Logo depois, em entrevista, o tucano atacou diretamente Dilma: "O PT tem sempre duas caras e a sua candidata não escapa disso".
DILMA
A candidata do PT, por sua
vez, disse ontem que "tudo
indica" que o vazamento dos
dados fiscais faz parte de um
"grande esquema de corrupção", sem caráter político.
As investigações feitas pela Corregedoria-Geral da Receita encontraram indícios
de que os vazamentos foram
encomendados por intermediários de fora do órgão.
"Pelo que eu li [na imprensa], tudo indica que é um
grande esquema de corrupção, que envolve, parece,
que vocês listam 140 nomes,
visivelmente sem caráter político", afirmou Dilma durante entrevista em Salvador.
Ela voltou a criticar a oposição, que a responsabiliza
pelo vazamento dos dados.
"Eu acho que é uma tentativa
um pouco desesperada da
oposição tentar usar isso."
À noite, Dilma participaria
de um comício ao lado do
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva em Pernambuco.
Ela negou que diminuirá o
número de aparições públicas até o final da campanha
por liderar as pesquisas.
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