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Com o foco em SP, Lula monta cenário eleitoral para 2012
Em troca de aliança ampla na capital, ex-presidente quer que PT abra mão de candidatos em lugares-chave
Ação pró-Haddad inclui acordo pela reeleição de Eduardo Paes no Rio e a negociação para apoiar aliados em Porto Alegre
VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO
O esforço do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para viabilizar a candidatura de
Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo subordina a
lógica da montagem dos palanques do PT em capitais estratégicas na eleição de 2012.
Lula definiu a Grande São
Paulo e outras cinco capitais
no país como focos de sua
atuação, e, nesses lugares,
deve se empenhar para influenciar sobre qual deverá
ser o candidato do PT ou, ainda, os casos em que o partido
deve sacrificar candidatos
em nome de alianças.
Os vetores a nortear as
conversas de Lula são dois:
replicar a aliança que dá suporte à presidente Dilma
Rousseff em Brasília no
maior número possível de
grandes cidades e vencer o
PSDB nos redutos nos quais
o partido é mais forte, como
São Paulo e Minas.
A primeira preocupação
norteou o inédito -em se tratando do historicamente problemático PT do Rio- acordo
para a reeleição de Eduardo
Paes na capital fluminense.
Ao ceder ao PMDB a cabeça de chapa em um dos Estados politicamente mais importantes, Lula -que esteve
várias vezes com Cabral e
Paes para selar o acordo- espera reciprocidade do parceiro em outras praças.
O FATOR CHALITA
A mais importante delas é,
obviamente, São Paulo. Lula
repetiu aos quatro pré-candidatos com os quais se reuniu
na sede do Instituto Cidadania, a ONG que comanda na
capital, que acha vital insistir
numa aliança com o PMDB
ainda no primeiro turno.
Usando um estilo sempre
oblíquo e nunca direto, Lula
chamou para uma conversa
o pré-candidato peemedebista Gabriel Chalita -que
saiu de lá mantendo firme
disposição de ser candidato.
Não é só o tempo de TV do
PMDB que interessa Lula. Ele
teme que haja uma superposição de perfis entre Haddad
e Chalita, pelo fato de ambos
terem passagens pela área de
Educação e se apresentarem
como o "novo" no cenário da
política paulistana.
Enquanto na capital o ex-presidente idealizou um candidato com apelo junto aos
setores mais intelectualizados e de maior renda, no
Grande ABC, reduto original
do petismo, a ordem é replicar o perfil sindicalista do
próprio Lula e do prefeito
Luiz Marinho -nome na incubadora para a disputa do
governo em 2014.
Graças de novo ao arbítrio
lulista, foi selado um acordo
pela candidatura do deputado estadual Carlos Alberto
Grana em Santo André. Grana é uma espécie de "clone"
de Marinho, de quem foi
companheiro no Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC.
Além do Rio, Lula quer
que o PT desista de ser cabeça de chapa em Belo Horizonte (MG) e em Porto Alegre
(RS).
Na capital mineira, a articulação é para que o partido
mantenha aliança com o prefeito Márcio Lacerda (PSB),
se possível sem o PSDB.
Já a sucessão em Porto
Alegre pode servir para vitaminar, de novo, o rol de
apoios a Haddad em São
Paulo.
Lula tenta convencer a seção local do PT -que tem pelo menos três pré-candidatos- a negociar apoio ao prefeito José Fortunati (PDT) ou
à deputada Manuela D'Ávila
(PC do B), cujos partidos poderiam, em troca, desistir de
ter candidatos em São Paulo.
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