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STF manda político para a prisão pela primeira vez
Deputado José Tatico (PTB-GO) foi condenado a 7 anos em regime semiaberto
Desde a promulgação da Constituição, Supremo não havia mandado pessoas para a cadeia; defesa nega acusações
FELIPE SELIGMAN
THAIS BILENKY
DE BRASÍLIA
Pela primeira vez desde
1988, quando foi promulgada a atual Constituição, o
STF (Supremo Tribunal Federal) manda um político para a cadeia.
O deputado José Fuscaldi
Cesílio (PTB-GO), conhecido
como José Tatico, foi condenado a sete anos de prisão
em regime semiaberto por
apropriação indébita previdenciária e sonegação fiscal.
Tatico também terá de pagar multa equivalente a R$
6.000. De acordo com a decisão, proferida de forma unânime, ficou comprovado que
Tatico, que hoje completa 70
anos, não repassou à Previdência Social as contribuições previdenciárias descontadas dos seus funcionários.
Participaram da sessão o
relator do caso, ministro Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa, José Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar
Mendes, Ellen Gracie e Marco
Aurélio Mello.
Os advogados de Tatico
podem apenas entrar com os
recursos conhecidos como
embargos de declaração, cuja finalidade é solucionar algum tipo de contradição,
omissão ou obscuridade
ocorridas no julgamento.
Na sessão, a defesa do parlamentar afirmou que ele
não participava do controle
administrativo, financeiro
ou contábil da empresa à
época dos fatos e, por isso,
não poderia ser condenado.
Ele deverá cumprir a pena
quando o caso transitar em
julgado, depois do julgamento dos possíveis embargos.
Quando isso ocorrer, ele perderá seus direitos políticos
até que cumpra toda a pena.
Em maio, o tribunal condenou o deputado Zé Gerardo (PMDB-CE) a dois anos e
dois meses de detenção, mas
a pena foi substituída pelo
pagamento de 50 salários mínimos e prestação de serviços comunitários durante o
período em que ficaria preso.
Tatico é visto pela Receita
Federal como sonegador de
grande porte. Teve 5,85% do
faturamento da empresa retido através do cartão de crédito -um montante que chega
a R$ 2,34 milhões.
Conforme publicado pela
Folha desde março, o deputado foi o primeiro alvo do
Regime Especial de Fiscalização da Receita, para casos
de contribuintes considerados sonegadores frequentes.
Uma força-tarefa da Receita, em parceria com a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, fiscalizou os caixas da rede Supermercado
Tatico por quatro meses para
apurar supostas omissões na
declaração. O montante seria retido na conta de cartão
de crédito da empresa para
evitar possível sonegação.
Tatico é novamente candidato a deputado federal, desta vez por Minas Gerais, mas
o TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) do Estado já indeferiu sua candidatura. O deputado recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que
ainda não julgou o caso.
Antes de ser deputado por
Goiás, ele já havia sido parlamentar pelo Distrito Federal
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