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Procurador cobra decisão do STF sobre Ficha Limpa
Para Roberto Gurgel, lei tem validade até que ministros concluam julgamento
Supremo deve retomar amanhã a discussão do caso; tendência é que o recurso seja extinto por desistência de Roriz
DIMMI AMORA
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que a falta de
uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a
Lei da Ficha Limpa causa "alguma instabilidade" e o melhor seria que o caso fosse resolvido ainda nesta semana.
Mas, segundo ele, mantida
a atual situação, a lei está valendo para a eleição de 2010
devido à decisão tomada pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), que a considerou
constitucional, válida para
este ano e possível de ser
aplicada a casos ocorridos
antes de sua promulgação.
Segundo ele, quem concorrer com o registro cassado
pela Justiça estará "por sua
conta e risco".
"Na verdade, o entendimento do Ministério Público
é o de que, diante do empate
ocorrido no Supremo, permanece a decisão do TSE,
que afirmou a aplicabilidade
da Lei da Ficha Limpa nas
eleições 2010", disse Gurgel.
Ontem, o ministro Carlos
Ayres Britto, relator do recurso do ex-candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), enviou à
Procuradoria-Geral da República o pedido de desistência
do candidato.
Quer que Gurgel opine sobre o que fazer com o julgamento agora que Roriz não
está mais na disputa.
O STF deve voltar a discutir o caso amanhã. A tendência é que o recurso seja extinto por conta dessa desistência de Roriz. Alguns ministros, porém, afirmam que seria possível continuar julgando a tese sobre o caso, mesmo não mais existindo o autor do pedido.
O mais provável, porém, é
que se espere um novo recurso parecido e a discussão siga de onde parou.
Na semana passada, o STF
chegou a um impasse e teve
de suspender o julgamento
sobre a validade da Ficha
Limpa. Ao responderem se a
lei vale ou não para as eleições de 2010, o placar ficou
em 5 a 5.
Parte dos ministros afirmava que como não houve
seis votos para dizer que é inconstitucional aplicar a legislação ainda este ano, o STF
deveria manter a decisão do
TSE pela validade da nova lei
já em 2010.
A outra, no entanto, queria
que o presidente do tribunal,
Cezar Peluso, proferisse o voto e desempatasse o julgamento -ele já havia votado
contra a validade da lei.
Esse impasse só poderá ser
resolvido se um dos ministros mudar de opinião ou
quando o presidente Lula nomear o 11º ministro, cuja cadeira está vaga desde a aposentadoria de Eros Grau.
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