São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Senador não pode ser "amigo do presidente", ataca Itamar

Ex-presidente cita crise na Casa Civil para criticar relação de Pimentel com Dilma

Em resposta, candidato do PT afirma que "é preciso cabeça fria", "muito equilíbrio" e "serenidade" no Senado

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

A propaganda eleitoral do ex-presidente Itamar Franco, candidato ao Senado pelo PPS em Minas Gerais, introduziu na disputa mineira o escândalo envolvendo tráfico de influência na Casa Civil, para defender senadores "independentes" para investigar as acusações.
Foi um ataque direto ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), com quem Itamar disputa a segunda vaga para o Senado.
O candidato petista faz a sua campanha colado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na sua amiga Dilma Rousseff (PT).
No rádio, a voz de um locutor diz que a eleição chegou no momento em que o país vive "mais uma denúncia de corrupção envolvendo altas autoridades" e que isso "aumenta a responsabilidade na hora de votar".
É feito, então, um questionamento: "Numa hora dessa, em que precisamos investigar as autoridades, o que é melhor: ter um senador amigo do presidente ou ter senadores independentes como Aécio e Itamar?".
O ex-presidente faz campanha colada na de Aécio Neves (PSDB), que lidera as pesquisas para o Senado.
Segundo o último Datafolha, o ex-governador tem 67% das intenções de voto, seguido de Itamar com 43% -11 pontos à frente de Pimentel, que marca 32%.

"SOBERANIA"
Ao introduzir o escândalo na campanha, mesmo sem explicitá-los, Itamar também retomou o discurso da "ética" e da "soberania".
Pimentel, por sua vez, combateu no seu programa o tom crítico de Itamar, mesmo sem citá-lo. Disse que é preciso "serenidade" e "equilíbrio" no Senado.
"É preciso cabeça fria, capacidade de diálogo e sobretudo muito equilíbrio para defender os interesses do nosso Estado. Uma palavra mal colocada, uma discussão, um bate-boca, pode prejudicar aprovação de um projeto da maior importância para Minas", disse Pimentel.
E acrescentou: "O Senado não pode ser apenas um lugar de brigas políticas, tem que ser lugar de trabalho".
Na nova gravação que Lula fez para o petista, o presidente diz que "o Senado precisa de gente mais leve".


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