São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010 |
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Maia diz que quer evitar "kit-chavista" do PT Candidato ao Senado, ex-prefeito do Rio afirma que teme mudanças constitucionais
ITALO NOGUEIRA Folha - Como fazer uma campanha de oposição com um presidente tão bem avaliado? Cesar Maia - Existe uma voracidade do PT e do presidente Lula de ter maioria constitucional, especialmente no Senado. Porque sabem que, com a plasticidade da Câmara dos Deputados, aprovam-se ali mudanças constitucionais tendo habilidade, liturgia, ouvindo deputados. O presidente Lula deu uma declaração um mês atrás: para o presidente, um senador vale três governadores. O problema dele e do PT não é ter maioria. Isso eles têm e terão. O problema é ter maioria constitucional. Eleger 50 senadores, sendo 17 ou 18 do PT e mais uns 30 que eles possam levar na mala do PT para fazer mudanças constitucionais. O seu discurso seria de alerta ao que pode ocorrer com a manutenção do PT no poder? Mais grave. É o kit chavista: uma maioria parlamentar eventual, muda a Constituição e muda o regime para um autoritário. Na hora em que o presidente do PT diz: "Não estou pedindo a intervenção na imprensa. Quero o controle externo da imprensa", é exatamente a mesma coisa. Os regimes autoritários começam com essa alegação. Faltou discurso de oposição ao Serra? Oposição democrática, fiscalizadora. O PSDB fez no Senado, mas não na Câmara. Mas o Serra não fez? Certamente não. Qual era o presidente mais popular da América Latina em dezembro de 2009? [A presidente do Chile, Michelle] Bachelet. Qual foi o discurso do [atual presidente Sebastián] Piñera? Mudança. Serra tinha de ter assumido desde lá de trás o discurso de mudança. Continuidade quem tinha de tocar são eles. [...] Mas colocar o Lula como estadista no segundo programa da TV? Como é que corrige isso depois? A campanha passou a ser de oposição a partir da metade dela. Eleito, Aécio Neves seria o agregador das oposições? Considero uma necessidade que ele nos lidere. O sr. se arrepende do projeto da Cidade da Música, apontado como marca de desperdício na sua última gestão? De jeito nenhum. O conceito era de centralidade em esportes e artes, com equipamentos de nível internacional. A música é uma espécie de identidade do carioca. Mas a música - não popular- não tem plateia. [...] A Cidade da Música vai custar R$ 480 milhões. A reforma do Maracanã para a Copa custará R$ 705 milhões e ninguém acha ruim. Se a prefeitura não tem como estratégia assumir o equipamento, deveria passar para o Ministério da Cultura. Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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