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Metade dos senadores dispensam uso de ponto digital
Controle de presença por digitais do Senado, iniciado nesta semana, já conta com 386 assessores liberados
GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Anunciado como uma das
medidas "moralizadoras" do
Senado, o registro de ponto
dos servidores por meio de
impressões digitais não vai
atingir um grupo de funcionários que trabalha em metade dos gabinetes e escritórios
parlamentares da Casa.
Pelo menos 41 dos 81 senadores já dispensaram 386 assessores de ter que comprovar presença -14% do total
de servidores dos gabinetes.
O novo sistema de registro de
ponto começou a ser implementado nesta semana.
O número de dispensados
pode crescer com a chegada
dos novos senadores eleitos
dia 3 de outubro. Levantamento realizado pela Folha
mostra que os "campeões"
na dispensa do ponto são os
senadores Efraim Morais
(DEM-PB), que liberou 33 servidores, seguido por João Ribeiro (PR-TO) e Almeida Lima (PMDB-SE), que dispensaram 23 cada um.
Responsável por avalizar o
pacote de medidas "moralizadoras", o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), também dispensou dois
servidores desse controle.
Os senadores usam uma
brecha criada pelo comando
do Senado que permite aos
parlamentares decidir quem
terá que registrar presença.
O argumento é que alguns
funcionários precisam de um
horário diferenciado de trabalho que impede o registro
do ponto na Casa.
Também há casos de servidores que trabalham nos escritórios estaduais, desobrigados a controlar a frequência pela ausência de terminais nos Estados.
Heráclito diz que a dispensa é necessária para servidores que acompanham a rotina dos senadores.
"Imagine numa Casa como o Senado você não ter um
controle de ponto? Não tem
sentido. Mas os senadores liberam um determinado número, não liberam o gabinete
todo", disse.
O senador Álvaro Dias
(PSDB-PR), que liberou 17
servidores, disse que o novo
sistema não garante eficiência do trabalho. "Tem funções que exigem um horário
diferente. Os dispensados
são os que estão nos Estados,
que não têm como registrar o
ponto. Mas não é isso que resolve os problemas."
Efraim Morais diz não ver
irregularidades nas exceções
e defende revisão da medida.
"Acho que deve ser feita uma
avaliação e acho que a Mesa
Diretora deverá fazer essa
correção se necessário, até
porque uma nova legislatura
está para começar."
O ponto eletrônico biométrico, com o controle das impressões digitais, é apontado
como uma das medidas capazes de evitar funcionários-fantasmas e pagamentos irregulares de horas-extras.
A coleta das impressões teve início nesta semana para
que o sistema comece a vigorar em dezembro.
O sistema foi anunciado
após a crise que atingiu a instituição em 2009. Desde fevereiro, os servidores já são
obrigados a fazer o registro
do ponto eletrônico nos terminais da Casa.
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