São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Metade dos senadores dispensam uso de ponto digital

Controle de presença por digitais do Senado, iniciado nesta semana, já conta com 386 assessores liberados

GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA

Anunciado como uma das medidas "moralizadoras" do Senado, o registro de ponto dos servidores por meio de impressões digitais não vai atingir um grupo de funcionários que trabalha em metade dos gabinetes e escritórios parlamentares da Casa.
Pelo menos 41 dos 81 senadores já dispensaram 386 assessores de ter que comprovar presença -14% do total de servidores dos gabinetes. O novo sistema de registro de ponto começou a ser implementado nesta semana.
O número de dispensados pode crescer com a chegada dos novos senadores eleitos dia 3 de outubro. Levantamento realizado pela Folha mostra que os "campeões" na dispensa do ponto são os senadores Efraim Morais (DEM-PB), que liberou 33 servidores, seguido por João Ribeiro (PR-TO) e Almeida Lima (PMDB-SE), que dispensaram 23 cada um.
Responsável por avalizar o pacote de medidas "moralizadoras", o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), também dispensou dois servidores desse controle.
Os senadores usam uma brecha criada pelo comando do Senado que permite aos parlamentares decidir quem terá que registrar presença.
O argumento é que alguns funcionários precisam de um horário diferenciado de trabalho que impede o registro do ponto na Casa.
Também há casos de servidores que trabalham nos escritórios estaduais, desobrigados a controlar a frequência pela ausência de terminais nos Estados.
Heráclito diz que a dispensa é necessária para servidores que acompanham a rotina dos senadores.
"Imagine numa Casa como o Senado você não ter um controle de ponto? Não tem sentido. Mas os senadores liberam um determinado número, não liberam o gabinete todo", disse.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que liberou 17 servidores, disse que o novo sistema não garante eficiência do trabalho. "Tem funções que exigem um horário diferente. Os dispensados são os que estão nos Estados, que não têm como registrar o ponto. Mas não é isso que resolve os problemas."
Efraim Morais diz não ver irregularidades nas exceções e defende revisão da medida. "Acho que deve ser feita uma avaliação e acho que a Mesa Diretora deverá fazer essa correção se necessário, até porque uma nova legislatura está para começar."
O ponto eletrônico biométrico, com o controle das impressões digitais, é apontado como uma das medidas capazes de evitar funcionários-fantasmas e pagamentos irregulares de horas-extras.
A coleta das impressões teve início nesta semana para que o sistema comece a vigorar em dezembro.
O sistema foi anunciado após a crise que atingiu a instituição em 2009. Desde fevereiro, os servidores já são obrigados a fazer o registro do ponto eletrônico nos terminais da Casa.


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