|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Esforço na reta final por Dilma esvazia governo
Integrantes do Executivo desidrataram postos-chave da administração
Ofensiva liderada por Lula inclui respostas de ministérios a falas de Serra; Planalto diz que tucano critica governo
RANIER BRAGON
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A ofensiva liderada pelo
presidente Lula para eleger
Dilma Rousseff (PT) sua sucessora no próximo domingo
tem ido muito além de seu
envolvimento pessoal.
Integrantes do governo
mergulharam na campanha
da petista, às claras ou nos
bastidores, desidratando
postos-chave da administração federal e embaralhando,
nesta reta final da disputa, os
limites entre o que é assunto
de governo e ação eleitoral.
A três dias da eleição, Lula
coloca, mais uma vez, seu
"bilhete premiado" nas mãos
da candidata. Um evento
previsto para o fim do ano foi
antecipado para hoje.
A solenidade- instalação
de sistema definitivo para exploração do pré-sal em Tupi- é mais um passo para explorar petróleo no fundo do
mar em grande escala, mas
não altera, no curto prazo, o
atual ritmo de produção.
O presidente já havia retirado o primeiro óleo dessa região, em maio de 2009, e os
barris produzidos desde então também já são destinados à venda. Ou seja, Lula irá
sujar as mãos no mesmo óleo
que tocou no ano passado.
EMPENHO
Não é pequena a lista de
exemplos que ilustram a simbiose governo-campanha.
Ministros ou tiraram férias
dos cargos ou conciliam o
trabalho no Executivo com a
busca de voto, não raro em
horário de expediente.
Ontem, quando Dilma lançava suas propostas para a
área social em Brasília, 12 ministros foram ao ato, entre licenciados e os que não se
afastaram de suas pastas.
Duas das principais funções do Executivo, a articulação política e a gerência dos
programas de governo, estão
hoje nas mãos de "reservas",
amplificando o sinal de governo parado. Alexandre Padilha, ministro das Relações
Institucionais, tirou férias.
Ele é um dos principais operadores de Dilma.
A Casa Civil passou a ser
comandada pelo secretário-executivo, Carlos Lima, desde que Erenice Guerra saiu,
alvejada por escândalos.
Na parte operacional, uma
rápida olhada na lista dos
"carregadores de bolsa" de
Dilma mostra que vários deles deixaram seus DAS's para
atuar na eleição.
Nos 24 dias desde o início
do segundo turno, Lula passou 12 dividindo suas funções com a de cabo eleitoral.
Viajou o Brasil e pediu votos, inclusive durante o expediente (quando também gravou participações no horário
eleitoral). Sua assessoria afirma que ele não possui horário de expediente fixo e que,
apesar da corrida eleitoral,
procurou participar de atos
nos fins de semana, à noite
ou em horário de almoço.
Por ordem dele próprio,
ministérios passaram a divulgar notas à imprensa para
rebater críticas feitas por José
Serra (PSDB) ao governo.
Nos últimos dias, pelo menos três pastas -Justiça,
Educação e Direitos Humanos- obedeceram ao comando. A assessoria do Planalto diz que a orientação se
baseia na interpretação de
que as críticas são contra o
governo, e não contra Dilma.
Texto Anterior: Saiba mais: Folha revelou esquemas das empreiteiras Próximo Texto: Desaprovação é restrita a "comitê" da oposição, diz Lula Índice | Comunicar Erros
|