São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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Aldo Rebelo assume com missão de trocar comando do Esporte

Apesar de preferir outro nome, Dilma aceitou indicação do PC do B para pôr fim à crise que levou à queda de Orlando

Novo ministro ordena o fim de convênios do ministério com ONGs, postos sob suspeita na gestão do antecessor

Zé Carlos Barretta/Folhapress
Odeputado Aldo Rebelo (PC do B) confirma que assumirá o Ministério do Esporte após se encontrar com a presidente Dilma no Palácio da Alvorada

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff aceitou ontem a indicação do PC do B e nomeou o deputado Aldo Rebelo (SP) para comandar o Ministério do Esporte no lugar de Orlando Silva, que saiu sob a acusação de desvio de recursos.
Aldo, que não era o preferido do Planalto, disse que a pasta não fará mais convênios diretamente com ONGs (organizações não governamentais), modalidade que foi alvo das acusações que levaram à queda do sexto ministro de Dilma em dez meses.
Segundo a Folha apurou, a presidente orientou seu novo auxiliar a trocar praticamente toda a cúpula do Esporte. Em entrevista, ele falou em mudanças na equipe, mas "sem que isso signifique a condenação de ninguém".
Durante a crise, vieram à tona irregularidades sobretudo no programa Segundo Tempo, de incentivo à prática de esporte para crianças e jovens de baixa renda.
A ideia é que o ministério agora faça apenas convênios diretamente com prefeituras e Estados, aumentando a capacidade de fiscalização.

IRREGULARIDADES
"Onde tem indício de irregularidades é no Segundo Tempo. Os demais vou analisar, mas a intenção é acabar com todos [os convênios com ONGs]", disse Aldo.
Sobre as mudanças na equipe, o novo ministro afirmou que ainda vai tomar pé da situação antes de anunciar as mexidas.
Inicialmente, uma contratação foi comunicada à presidente como definida: Nádia Campeão, dirigente do PC do B em São Paulo, será a secretária-executiva da pasta.
Além da determinação para trocas no ministério, Aldo Rebelo recebeu outras missões de Dilma: ser "altivo" nas tratativas com a Fifa e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em torno da Copa-2014 e considerar "inegociável" pontos como a meia-entrada de ingressos para idosos nos jogos do Mundial.
Apesar do recado para não ceder a pressões, Dilma pediu uma "relação madura".
Ex-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Aldo disse defender a meia-entrada para estudantes, mas ressaltou que a partir de agora defenderá a posição do governo.
Em texto enviado ao Congresso, o Planalto optou por não tratar do tema e deixar a Fifa negociar diretamente com Estados e municípios.
Pelo projeto da Lei Geral da Copa, apenas a meia-entrada para idosos está garantida.

ESCOLHA
Na quarta-feira, data da saída de Orlando, Dilma pediu ao PC do B opções para definir o novo ministro.
Já se sabia que Aldo era o preferido da legenda, mas ainda havia outros dois nomes na mesa: Luciana Santos, ex-prefeita de Olinda (PE), e Flávio Dino, presidente da Embratur -o mais cotado no Planalto.
O PC do B, porém, resolveu submeter à presidente só o nome do deputado por receio de não vê-lo escolhido.
Integrantes do governo relataram ter havido mal-estar por conta disso, logo atenuado para não contaminar a notícia da escolha. O Executivo estava ansioso para colocar um ponto final na crise. (NATUZA NERY, VALDO CRUZ, MARIA CLARA CABRAL E ANDRÉIA SADI)



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