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OUTRO LADO
Licitação segue a lei, afirma ministério
Assessoria da Saúde afirma que não existe irregularidade jurídica na licitação usada para contratar as agências
DE SÃO PAULO
A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde
diz em nota à Folha que não
há irregularidade jurídica na
licitação para contratar quatro agências de publicidade,
um negócio que prevê gastos
anuais de R$ 120 milhões.
Ainda de acordo com a nota, "todos os avaliadores fizeram o julgamento sem conhecer o nome da empresa
que apresentou o projeto".
Essa é a ideia central da
nova legislação para contratação de agências por órgãos
do governo -reduzir os critérios subjetivos.
O chefe de comunicação
do Ministério da Saúde, Marcier Trombiere, diz no texto:
"O nosso consultor jurídico
entende que não há erro jurídico, porque as avaliações
individuais e apuração constantes na planilha final e publicadas no "Diário Oficial"
estão corretas".
Em conversa com a reportagem da Folha, por telefone, Trombiere havia dado
uma explicação ligeiramente
diferente -tinha dito que a
divergência de notas nas planilhas inicial e final decorria
de "um erro formal".
A última versão da planilha inicial não havia sido impressa, de acordo com a versão de Trombiere.
A Folha enviou a ele as declarações, para eventuais revisões de conteúdo já que a
conversa telefônica não havia sido gravada, e a assessoria do ministério suprimiu o
termo central de sua explicação -"erro formal".
Também tirou o detalhamento de que esse "erro formal" fora provocado por
uma falha de impressão.
Na nota, a assessoria do
ministério afirma que o material obtido pela reportagem
da Folha foi distribuído para
as agências de publicidade
que participaram da disputa
e não houve contestação de
nenhuma delas.
Para o ministério, "as divergências entre os anexos e
as planilhas apontadas pela
reportagem não alteram o resultado da concorrência nem
a ordem de classificação".
De acordo com a nota da
assessoria, a lei não obriga
que o Ministério da Saúde
distribua as planilhas anteriores à nota final. Se tivesse
seguido a legislação, e divulgado só a planilha final, a divergência de notas não teria
sido notada, afirma o chefe
da assessoria.
"A lei não nos obriga a entregar esses anexos das planilhas individuais. Entregamos por uma questão de
transparência", afirma. "Fizemos todo o processo com o
maior rigor. A planilha final
está corretíssima".
Na conversa por telefone
com a reportagem da Folha,
o chefe da assessoria disse
que o aumento de notas de 11
agências tinha provocado
um efeito benéfico -mas involuntário- na disputa.
Se essas notas fossem menores, de acordo com ele,
"três ou quatro agências"
não poderiam ter apresentado proposta de preços para a
licitação, o que reduziria a
competição.
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