São Paulo, terça-feira, 28 de dezembro de 2010

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Presidente afirma que não será copiloto de Dilma

Sergio Lima/Folhapress
Presidente Lula durante conversa com jornalistas, em que defendeu reeleição de Dilma

SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA

O presidente Lula disse ontem que não será copiloto de Dilma Rousseff e defendeu a candidatura da eleita à reeleição em 2014. Na semana passada, em entrevista ao programa "É Notícia", da Rede TV!, ele havia dito que não afastava a hipótese de voltar ao cargo daqui a quatro anos.
Lula fez um balanço de seus dois mandatos na Presidência em uma conversa de cerca de uma hora e meia com jornalistas.

 

Reeleição
"Em 2014, eu trabalho com a ideia fixa de que Dilma será outra vez a candidata. É justo e é legítimo. Só existe uma hipótese de a Dilma não ser candidata, é ela não querer. (...) Não [respondendo se seria copiloto]. Estarei vendo o carro passar."

Pior momento
"A mágoa mais profunda foi com o acidente do avião da TAM. Fomos condenados à forca e à prisão perpétua em 24 horas." "Pessoalmente, a TAM foi muito pior [que o mensalão]. O outro [mensalão] foi problema político, e os partidos que tratassem de resolver. Vi editorial jogando 200 corpos nas minhas costas e depois não saiu errata."

EUA e Irã
Lula criticou em três momentos o governo norte-americano. Disse que sempre houve uma relação de "império" com a América Latina.
Depois, ao falar sobre o processo de paz no Oriente Médio, afirmou que os métodos do país são "equivocados". Disse ainda que o Brasil negociou um acordo com Teerã sobre o enriquecimento de urânio para fins pacíficos e que EUA e Europa não aceitaram por "inveja, ciumeira".

Terceiro mandato
"Acredito na democracia e na necessidade de alternância. Aí você pega o terceiro e quer o quarto, aí você pega o quarto e por que não o quinto? De repente você está criando uma ditadurazinha."
No último programa "Café com presidente" de sua gestão, veiculado ontem, Lula disse que foi "gostoso" governar o Brasil.

Estudo
Lula disse que os anos de poder equivaleram a uma "pós-graduação elevada à quinta potência" e que não tem mais "idade para estudar".

Imprensa
"Não defendo o controle da mídia, mas responsabilidade. (...) Quando faz a matéria, diz que é liberdade de imprensa, quando recebe a crítica, diz que é censura."
Em um evento à tarde, o presidente voltou a falar da relação com a imprensa, dizendo que o que sai publicado "não pode ser uma coisa vesga".

Cesare Battisti
Lula disse que vai decidir o caso do terrorista italiano até sexta e que seguirá "prontamente" o parecer da Advocacia-Geral da União, que tende a sugerir refúgio político.

Salário mínimo
Lula sancionará o mínimo aprovado pelo Congresso, de R$ 540, e disse que eventual mudança fica para de Dilma.

José Alencar
"Foi mais do que um irmão, foi um companheiro em quem tive a mais absoluta confiança no governo."

Colaborou LARISSA GUIMARÃES, de Brasília


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