São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011 |
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Painel RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br Pavio curto Ao final de uma semana na qual a descoordenação foi a tônica do governo, Dilma Rousseff se esforçou para transmitir a imagem de que assumiu o controle da articulação política, deixada no piloto automático desde que o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, foi colhido pela revelação de sua escalada patrimonial. A atitude, estimulada por Lula, preocupa aliados. Se por um lado é natural e esperado que a presidente da República conduza a operação política de seu governo, por outro o desempenho de Dilma nos encontros com parlamentares evidencia um estilo sempre mais próximo do confronto do que da conciliação. Em resumo Reflexão de um pensador da base aliada sobre a semana que se encerra: 1) Dilma ameaçou o PMDB; 2) O PMDB não recuou; 3) A vida seguiu. Modesto De Lula, que em 48 horas fez e desfez em Brasília, num momento de autoexame diante de senadores petistas: "Acho que estou me comportando efetivamente como um ex-presidente. Estou olhando, assistindo e torcendo para as coisas darem cada vez mais certo". *#@!!!! Que ninguém fale de Gilberto Kassab perto de Dilma Rousseff ou Antonio Palocci. O prefeito paulistano, que até outro dia vinha recebendo generosa ajuda do Planalto para engrossar as fileiras do nascituro PSD, caiu em desgraça com a dupla por não ter aberto investigação para apurar o suposto vazamento, da Secretaria de Finanças, de dados sobre o faturamento da empresa do ministro da Casa Civil. Sede de vingança Em sua ira, os palacianos abandonaram o figurino republicano e agora afirmam que São Paulo pode enterrar a esperança -se alguma ainda restava- de promover a abertura da Copa de 2014. A cizânia A escolha do Rio para abrigar o centro de imprensa do Mundial, prerrogativa que São Paulo também postulava, escancarou as divergências entre Kassab e Geraldo Alckmin (PSDB) no comitê paulista do evento. Auxiliares do governador passaram a atribuir a responsabilidade pela derrota ao prefeito. Este cumprimentou a capital fluminense por uma conquista que praticamente sepulta as chances de São Paulo abrir a competição. Universo paralelo Um desavisado que passasse pela convenção do PSDB não imaginaria que o governo de Dilma Rousseff atravessou a semana mais difícil de seus cinco meses de vida e continua enredado em sérios problemas. Exceto por menções nos discursos de FHC e José Serra, os tucanos ignoraram esse assunto menor. No escuro Na madrugada de ontem, Aécio Neves e seus aliados chegaram a temer pela ausência não apenas de Serra, mas também de Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin. Que ITV? Objeto de disputa ferrenha até o último instante, o Instituto Teotônio Vilela, por fim negado a Serra, realizou na véspera um evento sobre educação. Nenhum grão-tucano apareceu. Já vai Acostumados à atenção especial que Lula dedicava ao continente, países africanos têm demandado visita de Dilma. O Itamaraty responde que a demora se deve a compromissos internos de início de governo. Inspeção Metáfora utilizada por um diplomata para descrever a diferença entre a presidente e seu antecessor: "O Lula, quando chega numa casa nova, vai conhecer a vizinhança. A Dilma vai fazer um balanço doméstico: ver se o encanamento do banheiro está quebrado, se está tudo funcionando direito...". com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI tiroteio "O governo chegou ao cinema no meio do filme e quis rebobinar a fita. O problema é que a plateia não concordou." DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre a atuação do Palácio do Planalto na votação do Código Florestal na Câmara. contraponto Nem queira saber Durante reunião anteontem com o consórcio de prefeitos do ABC paulista, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reclamou em tom bem-humorado de Luiz Marinho, segundo ela campeão de pedidos de verba à pasta para sua São Bernardo do Campo: -Ele é insaciável! Indagado por um colega sobre o teor dos pleitos que encaminha à ministra, o petista brincou: -Nem te conto o que eu tanto peço! Você não iria acreditar...E o pior é que ela quase sempre atende! Próximo Texto: Temer afirma que elevou o tom de voz com Palocci Índice | Comunicar Erros |
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