São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Dilma rechaça ser comparada a "poste"

Candidata do PT afirma que há "confusão deliberada" entre experiência eleitoral e experiência administrativa

No "Roda Viva", petista se irrita com pergunta sobre dossiê e diz que só não processou a Folha por respeitar liberdade


ANA FLOR
DE SÃO PAULO

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que não é "um poste" e que existe uma "confusão deliberada" entre experiência administrativa e experiência eleitoral.
"Compreendo que alguns queiram dizer que eu sou um poste. Agora, acho que isso não me transforma num poste", afirmou, ao ser questionada sobre se "um poste" poderia ser eleito graças à alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A petista disse que tem uma relação "muito forte" com o presidente Lula e que deseja que ele seja seu conselheiro e "ajude a aprovar reformas importantes".
Segundo ela, o fato de não ter experiência eleitoral pode ser "uma vantagem em um quadro em que existe tanto desgaste" dos políticos.
Diante de uma pergunta sobre doações ocultas -que permitem que empresas doem aos partidos, e não diretamente aos candidatos-, Dilma disse ser a favor de "doações bastante explícitas e transparentes".
Defendeu também uma reforma política e disse que "seria prudente" que houvesse uma Constituinte exclusiva para isso.
O momento mais tenso da entrevista foi quando debateu com o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, sobre o fato de saber ou não que pessoas estavam sendo contratadas por sua campanha para produzir um dossiê contra seu adversário, José Serra (PSDB), e dirigentes tucanos.
Ela disse que "só não processou" a Folha por conta das reportagens sobre o caso porque "respeita a liberdade de imprensa".
O PT levou Serra à Justiça por responsabilizar a candidata pelo episódio.
Questionada sobre a quebra de sigilo de dados da Receita Federal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, revelada pela Folha, Dilma mostrou irritação. "Enquanto vocês não demonstrarem a prova, é uma acusação infundada", disse.
Dávila, em seguida, convidou a petista a ler a reportagem, que explicitava as provas da quebra de sigilo.
Antes de citar a possibilidade de processar o jornal, ela disse ser a favor da liberdade de imprensa, opinião, expressão e organização.

SEGURANÇA
A candidata do PT foi a terceira postulante ao Planalto a participar do programa da TV Cultura. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já foram entrevistados.
Ao falar da segurança pública, Dilma citou ações no Rio de Janeiro, Estado governado por seu aliado Sérgio Cabral (PMDB), em especial as unidades pacificadoras da polícia "que vão funcionar como referência". "Não acho que a gente possa negociar com o crime", disse ela.
A petista voltou a defender a reforma tributária e se comprometeu em desonerar investimentos, folha de pagamento das empresas e a área da energia elétrica.
Ela afirmou que a carga tributária vai cair em seu governo, mas não detalhou como isso aconteceria.


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