|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Dilma rechaça ser comparada a "poste"
Candidata do PT afirma que há "confusão deliberada" entre experiência eleitoral e experiência administrativa
No "Roda Viva", petista
se irrita com pergunta
sobre dossiê e diz que só
não processou a Folha
por respeitar liberdade
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse
ontem em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV
Cultura, que não é "um poste" e que existe uma "confusão deliberada" entre experiência administrativa e experiência eleitoral.
"Compreendo que alguns
queiram dizer que eu sou um
poste. Agora, acho que isso
não me transforma num poste", afirmou, ao ser questionada sobre se "um poste" poderia ser eleito graças à alta
popularidade do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
A petista disse que tem
uma relação "muito forte"
com o presidente Lula e que
deseja que ele seja seu conselheiro e "ajude a aprovar reformas importantes".
Segundo ela, o fato de não
ter experiência eleitoral pode
ser "uma vantagem em um
quadro em que existe tanto
desgaste" dos políticos.
Diante de uma pergunta
sobre doações ocultas -que
permitem que empresas
doem aos partidos, e não diretamente aos candidatos-,
Dilma disse ser a favor de
"doações bastante explícitas
e transparentes".
Defendeu também uma reforma política e disse que
"seria prudente" que houvesse uma Constituinte exclusiva para isso.
O momento mais tenso da
entrevista foi quando debateu com o editor-executivo
da Folha, Sérgio Dávila, sobre o fato de saber ou não que
pessoas estavam sendo contratadas por sua campanha
para produzir um dossiê contra seu adversário, José Serra
(PSDB), e dirigentes tucanos.
Ela disse que "só não processou" a Folha por conta
das reportagens sobre o caso
porque "respeita a liberdade
de imprensa".
O PT levou Serra à Justiça
por responsabilizar a candidata pelo episódio.
Questionada sobre a quebra de sigilo de dados da Receita Federal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, revelada pela Folha, Dilma mostrou irritação. "Enquanto vocês não demonstrarem a prova, é uma acusação infundada", disse.
Dávila, em seguida, convidou a petista a ler a reportagem, que explicitava as provas da quebra de sigilo.
Antes de citar a possibilidade de processar o jornal,
ela disse ser a favor da liberdade de imprensa, opinião,
expressão e organização.
SEGURANÇA
A candidata do PT foi a terceira postulante ao Planalto
a participar do programa da
TV Cultura. José Serra (PSDB)
e Marina Silva (PV) já foram
entrevistados.
Ao falar da segurança pública, Dilma citou ações no
Rio de Janeiro, Estado governado por seu aliado Sérgio
Cabral (PMDB), em especial
as unidades pacificadoras da
polícia "que vão funcionar
como referência". "Não acho
que a gente possa negociar
com o crime", disse ela.
A petista voltou a defender
a reforma tributária e se comprometeu em desonerar investimentos, folha de pagamento das empresas e a área
da energia elétrica.
Ela afirmou que a carga tributária vai cair em seu governo, mas não detalhou como
isso aconteceria.
Texto Anterior: Campanha: PTC quer que Agaciel dispute vaga no DF Próximo Texto: Frase Índice
|