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ANÁLISE
Imagem de Dilma perante o eleitor mostra avanço além da tutela de Lula
MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA
Na última pesquisa Datafolha, Dilma Rousseff (PT)
abriu 20 pontos de vantagem
sobre José Serra (PSDB) na
disputa pela Presidência. Ela
ampliou seu alcance a todos
os segmentos sociais, tornou-se mais conhecida, cristalizou o vínculo com Lula e
começa a transmitir, de acordo com os dados publicados
hoje, que tem luz própria.
A simpatia pela candidatura petista espraiou-se inclusive em redutos sagrados
do tucanato, como o Estado
de São Paulo, sua capital e os
segmentos mais elitizados do
eleitorado. E essa evolução,
principalmente em território
inimigo, dá-se mais pela imagem da criatura do que pela
tutela de seu criador.
O grupo de eleitores que
quer votar na candidata de
Lula, mas não o faz por desconhecer Dilma, é hoje residual. Dos oito pontos que a
ex-ministra ganhou no último mês, apenas três vieram
do estrato fiel ao presidente.
A maior parte chegou de subconjuntos que não são totalmente favoráveis a Lula.
A petista conseguiu, nesse
espaço de tempo, comunicar
a segurança da continuidade
e associar sua imagem à capacidade técnica necessária
para assumir o cargo que
pleiteia, sem o contraponto
de uma oposição clara e contundente a essas mensagens.
Sem considerar a cobertura jornalística, com entrevistas e agenda em horário nobre, e projetando-se apenas
os 35% de brasileiros que dizem ter visto a propaganda
petista na TV, tem-se cerca
de 47 milhões de eleitores.
Eles viram a petista em seu
momento mais confortável,
sem o ruído negativo de, por
exemplo, alguma pergunta
incômoda. E para a maioria,
segundo o Datafolha, Dilma
é a candidata com melhor desempenho na TV.
O saldo é a percepção predominante, neste momento,
de que a petista é a mais preparada para manter a estabilidade econômica, defender
os pobres, combater a violência, cuidar da educação,
combater o desemprego e até
a mais simpática.
Sobraram a Serra, até
aqui, o alento de sua experiência política, o recall da
área da saúde e a pecha de
defensor dos ricos.
Dizer que Dilma não é Lula
é insuficiente. Neste momento, pode até ser positivo para
a petista. A Dilma, por outro
lado, basta manter a aura
conquistada. A ex-ministra
deve provar que não é efêmera, como qualquer moda impulsionada pelo marketing.
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