São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010


Risco de 2º turno leva Dilma a acionar Lula

Para neutralizar boatos contra petista entre religiosos, presidente vai à TV para "alertar" sobre mentiras em campanhas

Após queda, candidata pede "serenidade" e conclama militância a "não esmorecer" e "disputar voto a voto"

Sérgio Lima/Folhapress
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, faz campanha em rodoviária no DF, ao lado de candidatos do partido

VALDO CRUZ
RANIER BRAGON
MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA

A ameaça de segundo turno fez a campanha de Dilma Rousseff (PT) reforçar a mobilização nos Estados e acionar o presidente Lula como vacina contra uma onda de boatos que circula entre religiosos católicos e evangélicos. Com essa estratégia, a equipe da petista espera vencer no primeiro turno.
Lula gravou inserções comerciais, que estavam programadas para ser veiculadas a partir de ontem à noite, nas quais "alerta" contra mentiras e boatos que costumam circular na reta final de campanhas. Lula dirá que o alvo desses boatos é a candidatura de Dilma.
Nas últimas duas semanas, a diferença da petista para a soma de todos os seus adversários caiu de 14 pontos para apenas 2, pela contagem de votos válidos -isso significa uma perda de cerca de 6 milhões de votos.
O comando de campanha identificou três motivos para a queda de Dilma: além da onda de boatos entre evangélicos e católicos contra a petista, uma desmobilização nos Estados em razão de um clima de "já ganhou" e o escândalo que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil.
No caso dos boatos, a equipe de Dilma avalia que eles foram orquestrados, divulgando que a petista seria a favor do aborto e do casamento entre homossexuais. Daí que o PT decidiu não só usar Lula como vacina mas também intensificar contatos com religiosos. Hoje às 11h, Dilma já terá um desses encontros.
Pela manhã, Dilma já colocou a estratégia em ação, posando ao lado do deputado Manoel Ferreira (PR-RJ), líder de uma ala da Assembleia de Deus. O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, foi escalado para conversar com líderes católicos.
Logo depois, Dilma gravou ao lado do presidente cenas para o último programa de TV, que vai ao ar amanhã.
Na avaliação do PT, o clima de "já ganhou" antes da queda levou os aliados a priorizar suas campanhas nos Estados e a deixar de lado a de presidente. A própria Dilma externou sua preocupação com a desmobilização.
"Queria fazer um apelo à militância para não esmorecer, ir para as ruas e disputar voto a voto. Peço serenidade, porque a gente está no rumo certo, ninguém precisa perder o rumo, temos que continuar tendo atitude serena."
O presidente do PT, José Dutra, ao lado de petista, disse que não "briga com números", mas afirmou que pesquisas internas do partido ainda apontam vitória de Dilma no primeiro turno. À tarde, divulgou nota convocando a militância: "Vamos vencê-los no voto, mais uma vez. Vamos dar a eles mais uma lição de democracia", disse.


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