São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Serra reclama de questão sobre sua estratégia de campanha

Tucano não responde e diz que reportagem da Folha é "mentirosa"

BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR

Ao ser questionado pela Folha sobre qual deveria ser sua estratégia para os últimos dias da campanha, o candidato José Serra (PSDB), em vez de responder a pergunta, criticou reportagem com dados negativos sobre sua gestão no governo de São Paulo, publicada pelo jornal no domingo.
Após receber o título de cidadão soteropolitano na Câmara Municipal de Salvador, Serra concedeu rápida entrevista coletiva, na qual não comentou as pesquisas que indicam chance concreta de segundo turno -assunto sobre o qual só falou mais tarde (leia texto nesta página).
A Folha fez a seguinte questão a Serra: "Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a [sua] estratégia?".
O tucano respondeu: "Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez".
Serra referia-se à reportagem que mostrou ressalvas feitas por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no ano de 2009, quando ele era governador.
As objeções técnicas do TCE-SP, que aprovou suas contas, referiam-se a ações que, hoje, fazem parte da lista de promessas do tucano.
O candidato não enviou carta para o jornal questionando o teor do texto. Junto da reportagem, no domingo, a Folha publicou a posição de Serra.
Em nota, a campanha do tucano afirmou que os trechos levantados pela reportagem em relatório de mais de 700 páginas do TCE-SP eram "irrelevantes" e acusou a Folha de "desinformar" o leitor e de "apostar na máxima petista de pregar que todos são iguais e cometem os mesmos equívocos na ação governamental".
Antes de criticar a Folha, Serra defendeu a liberdade de imprensa em discurso na Câmara. Citou o poeta baiano Gregório de Matos (1623-1696), que, se estivesse vivo, segundo ele, "talvez alguns dos censores que andam por aí tentassem calá-lo".

PESQUISAS
Mais tarde, Serra mencionou a existência de "pesquisas compradas", mas não citou nomes de institutos. Em relação às pesquisas "sérias", disse que mesmo em relação a elas tem dúvidas sobre os métodos usados.
"Não significa que seja uma indústria da mentira, não é isso", disse Serra.
"A minha dúvida é sobre metodologia, sobre conseguir captar uma coisa tão fluida como o ânimo do eleitor, especialmente sob as características do processo eleitoral deste ano."


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