|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Tucano diz que teve conta bancária violada
Banco do Brasil negou que sigilo de Eduardo Jorge tenha sido quebrado, mas não justificou 2 acessos questionados
"Essas informações só confirmam que acessos aos meus sigilos foram uma coisa organizada", diz o dirigente do PSDB
LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA
O vice-presidente do
PSDB, Eduardo Jorge Caldas
Pereira, teve sua conta acessada no Banco do Brasil sem
que a instituição financeira
tenha apresentado até agora
justificativa para pelo menos
uma das consultas. O dirigente tucano afirma que seu
sigilo bancário foi quebrado.
"Essas informações apenas confirmam que os acessos aos meus sigilos foram
uma coisa organizada e orquestrada", disse ele.
Conforme a Folha revelou
em junho, a chamada "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff
(PT) à Presidência levantou
dados fiscais e financeiros sigilosos do tucano.
O grupo obteve informações de uma série de três depósitos na conta de EJ no BB
no valor de R$ 3,9 milhões,
além de cópias de cinco declarações completas de seu
Imposto de Renda.
Segundo a Polícia Federal
e a Receita, que abriram investigação com base nas revelações feitas pela Folha, os
dados fiscais de EJ foram violados numa agência do fisco
em Mauá (SP).
No mesmo inquérito, o BB
informou à PF que a conta de
EJ no banco foi acessada cinco vezes entre 2009 e 2010.
Uma das consultas ocorreu
numa agência em Maricá
(RJ), em março passado.
Foi nesse município que EJ
vendeu imóveis do espólio
de seu sogro, o que justificou
os depósitos de R$ 3,9 milhões. O tucano disse que os
últimos depósitos do espólio
foram feitos nessa agência,
em janeiro e abril, para sua
conta em Brasília, e que não
houve movimentação em
março. Ele afirmou que não
tem nem nunca teve conta
em agência na cidade.
ACESSOS
Segundo a Folha apurou,
o BB não explicou à PF a razão desse acesso. Prestou informações genéricas, como
relatar que a agência onde
ocorreu a consulta tem uma
grande movimentação de
clientes e de funcionários.
Por meio de sua assessoria, o BB afirmou que todas
as consultas à conta de EJ foram realizadas por profissionais autorizados para a tarefa. O banco negou que tenha
havido violação dos dados.
EJ contesta dois dos acessos. Em relação ao da agência do Rio, ele diz que não há
na resposta do BB à PF explicação para a consulta.
Houve também outro acesso em março deste ano na
própria agência em que EJ
mantém conta em Brasília.
Nesse caso, uma funcionária
do banco gerou um relatório
sobre uma suposta movimentação financeira atípica
na conta do tucano.
O relatório teria sido enviado a autoridades competentes, como o Banco Central e o
Coaf (Conselho de Controle
de Atividades Financeiras).
EJ diz que não há o menor
cabimento na explicação do
BB. Afirma que não houve
em março nenhum tipo de
depósito ou saque incomum.
"A PF precisa investigar esses acessos à minha conta."
Em relação aos outros três
acessos, o tucano diz que foram realizados a seu pedido.
As cópias das declarações
de IR de EJ e dados sobre depósitos em sua conta integravam dossiê feito por grupo de
espionagem que era montado com o aval de uma ala da
pré-campanha de Dilma.
Após a revista "Veja" ter
revelado em maio a movimentação desse grupo, a
equipe foi desfeita.
Texto Anterior: Marco Antonio Villa: Marolinha vermelha Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros
|